Sudão, último rinoceronte branco macho no mundo, morre no Quênia

  • Por EFE
  • 20/03/2018 09h13
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DAI KUROKAWA/EFE No final de sua vida, conseguiu retornar para a África, na reserva natural localizada em Laikipia, no centro-oeste do Quênia

último rinoceronte branco macho no mundo, chamado de Sudão, foi sacrificado na segunda-feira após agravar significativamente a doença que sofria há várias semanas, segundo informou nesta terça-feira a reserva natural queniana de Ol Pejeta onde vivia desde 2009.

“Sua doença piorou significativamente nas últimas 24 horas. Ele não conseguia se levantar e estava passando muito mal”, informou hoje, em comunicado, a reserva Ol Pejeta, que junto a equipe veterinária do zoológico tcheco Dvur Kralove e o Serviço de Conservação da Fauna queniana (KWS) decidiram submetê-lo a eutanásia.

Sudão se recuperou com sucesso no final do ano passado de uma infecção na sua pata direita, por conta da sua idade avançada, mas no final de fevereiro, teve uma recaída e que, desta vez, a condição era “muito mais profunda”.

Desde então, os veterinários procuraram maneiras de curá-lo e até mesmo de perpetuar a espécie, mas as complicações de sua perna, combinadas com a avançada idade do rinoceronte – 45 anos – causaram a morte da criatura.

“Sudão será lembrado por sua vida memorável e incomum”, disse a reserva, explicando que na década de 1970 conseguiu sobreviver à extinção da sua espécie e foi transferido para o zoológico Dvur Kralove, na República Tcheca.

No final de sua vida, conseguiu retornar para a África, na reserva natural localizada em Laikipia, no centro-oeste do Quênia.

A reserva informou que ontem conseguiu extrair “material genético” da criatura, o que “dá esperança para futuras tentativas de reproduzir a espécie de rinoceronte branco através de técnicas genéticas avançadas”.

Além dele, existem outras duas fêmeas vivas, ambas filhas do Sudão, também em Ol Pejeta, mas a fecundação artificial nunca foi tentada com rinocerontes.

Sudão alcançou grande popularidade depois de uma campanha lançada na rede social Tinder pelos responsáveis da Ol Pejeta para conseguir os US$ 9 milhões necessários para desenvolver as técnicas de fertilização válida para estes animais.

“Sou único. Sou o último rinoceronte branco macho no planeta Terra. Não quero parecer um aproveitador, mas o destino da minha espécie depende, literalmente, de mim. Atuo bem sob pressão. Meço 1,82 metros e peso 2.267 quilos, se isso importa”, descreve em seu perfil.

Durante anos, a caça ilegal destes animais contribuiu para a sua iminente extinção, pois seus chifres valem preços superiores ao outo no mercado asiático, devido a supostas propriedades curativas e afrodisíacas, algo que o transforma em um produto cobiçado.

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