Suécia admite que poderia ter adotado medidas mais rígidas contra a covid-19
O chefe em epidemiologia da Agência de Saúde Pública da Suécia, Anders Tegnell, admitiu nesta quarta-feira (3) que deveriam ter sido adotadas no país mais medidas no início da pandemia da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
“Se nós enfrentássemos a mesma enfermidade, sabendo o que sabemos hoje, acho que acabaríamos fazendo algo no meio termo entre o que a Suécia fez, e o resto do mundo fez”, explicou a principal autoridade do setor em entrevista à emissora pública nacional de rádio.
O país nórdico adotou uma estratégia menos rigorosa do que os vizinhos e a maior parte da Europa, apostando em recomendações gerais e responsabilidade individual, principalmente para proteger grupos de risco, para introduzir restrições graduais.
“A Suécia é um dos poucos países que foi fechando mais e mais, enquanto o restante começou com muito de uma vez. O problema é que não se sabe que medidas têm efeito. Provavelmente, saberemos quando comecemos a levantá-las”, disse Tegnell.
No país, houve fechamento de instituições de ensino, mas não de creches, escolas primárias, restaurantes. Foram proibidas visitas a asilos e outros locais de acolhimento de idosos. Além disso, foram limitadas a 50 pessoas as aglomerações nas ruas.
A Suécia tem registro de 38.589 casos e 4.468 mortes, com uma taxa de 43,2 óbitos por 100 mil habitantes, muito superior ao dos vizinhos nórdicos, embora bem abaixo aos dos europeus mais afetados, como Espanha, Itália e Reino Unido.
Mortes em alta
O governo da Suécia anunciou no domingo (31) que, pela primeira vez em dois meses, não houve registro de mortes no território. Na segunda-feira (1º), foram oito falecimentos enquanto na terça (2) o balanço oficial apontou para 65 — acima da média diária recente que gira em torno de 50. A taxa de contágio, conhecida como R0, segue abaixo de 1.
*Com informações da EFE
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