Tropas de Maduro fazem cerco a escritório de procuradora-geral

  • Por Jovem Pan com agências
  • 05/08/2017 10h50 - Atualizado em 05/08/2017 11h04
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Reprodução/Twitter/Luis Ortega "Funcionário do MP estão sendo vítimas de abuso da GNB (Guarda Nacional Bolivariana), que não permite a ninguém entrar ou sair", diz Procuradoria

Tropas da guarda nacional da Venezuela cercaram os escritórios da procuradora-geral do país, Luisa Ortega, no centro de Caracas, na manhã deste sábado, após a instalação da nova Assembleia Constituinte e da Suprema Corte da Venezuela ter votado a favor de suspender Ortega do cargo.

Até o momento não foram divulgadas informações pelo governo sobre a ação. Ortega publicou em seu perfil no Twitter fotos da movimentação das tropas, denunciando o que chamou de um “cerco” arbitrário da sede da procuradoria.

A Assembleia Constituinte pró-governo se reúne neste sábado após ter realizado seu primeiro encontro na sexta-feira. A expectativa é de que um dos temas prioritários da agenda seja a remoção de Ortega do cargo, apoiadora de longa data do governo que rompeu com o presidente Nicolas Maduro em meio ao aumento dos protestos oposicionistas em abril, que ela qualificou como a ruptura do mandatário com a ordem constitucional do país.

Pedido de investigação

“O Tribunal 6° de Primeira Instância em Funções do Controle do Circuito Judicial Penal da Área Metropolitana de Caracas declarou nesta sexta-feira (4) nula a solicitação do Ministério Público (MP) de cancelar a instalação da Assembleia Nacional Constituinte, que tomou posse no Palácio Federal Legislativo de Caracas, apesar da rejeição da oposição e de boa parte da comunidade internacional.

Na quinta-feira, dois promotores do MP fizeram esta solicitação, e segundo o que foi indicado na conta do Twitter da Promotoria, o requerimento estava baseado “na suposta comissão de delitos durante o processo eleitoral”.

Luisa Ortega Díaz anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação sobre a suposta manipulação dos resultados da votação, que envolve quatro reitoras do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país caribenho.

Segundo a CNE, 8.089.320 pessoas – 41,53% do censo – participaram no domingo de uma jornada de votação que esteve marcada pelos protestos e a morte em distúrbios de pelo menos dez pessoas.

No entanto, Antonio Múgica, conselheiro delegado da Smartmatic, companhia que instalou cerca de 24 mil urnas de voto eletrônico na Venezuela, afirmou na quarta-feira que as cifras oficiais superam o número de cidadãos que compareceram às urnas em pelo menos um milhão de votos.

Com Associated Press (via Estadão Conteúdo) e agência EFE

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