Tropas russas impedem bombeiros ucranianos de acessar usina nuclear em chamas
Rússia alega que estava controlando a área atacada desde 28 de fevereiro e que quem provocou o incêndio foi a própria Ucrânia para tentar incriminá-la de ‘contaminação radioativa’
Os serviços de emergência ucranianos afirmaram nesta sexta-feira, 4, que as tropas russas estão impedindo os bombeiros de acessar o incêndio na usina nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa, atingida por um bombardeio na noite da última quinta-feira, 3. “O invasor não autoriza as unidades de socorro público ucraniano a começar a extinguir o fogo”, afirmava um comunicado publicado na página oficial do Facebook, especificando que o acidente afetou um “edifício para treinamento” e que apenas um dos seis reatores do usina estava operacional.
Apesar da preocupação diante da situação, a Ucrânia já avaliou que o equipamento essencial da usina não foi afetado pelo incêndio e que não foi detectada nenhuma mudança nos níveis de radiação local. A informação foi repassada para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), que, por sua vez, logo publicou as últimas atualizações no Twitter . “A Ucrânia disse à AIEA que o incêndio na usina nuclear de Zaporizhia não afetou o equipamento ‘essencial’ e o pessoal da usina está tomando medidas para mitigar” os danos, tuitou a agência da ONU.
Após o bombardeiro da usina de Zaporizhia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigiu que a Rússia parasse de disparar contra a região na Ucrânia e que permitisse que os bombeiros chegassem ao local. “O presidente Biden juntou-se ao presidente Volodymyr Zelensky para exigir que a Rússia cesse suas atividades militares na área e permita que bombeiros e serviços de emergência acessem o local”, disse a Casa Branca em um resumo da conversa entre os dois presidentes. Além disso, um funcionário do alto escalão americano também indicou que não há sinais de “níveis elevados de radiação”: “Nossas informações mais recentes não mostram nenhuma indicação de níveis elevados de radiação e estamos monitorando de perto”.
Segundo a agência de notícias russa Ria Novosti, os russos negam a responsabilidade pelo bombardeio na usina e culpam ‘nacionalistas ucranianos’ anti-Rússia. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a usina já estava ocupada por seu exército desde 28 de fevereiro e esse teria sofrido um contra-ataque ucraniano. Segundo o porta-voz do ministério, o general Igor Konashenkov, as palavras do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre o incêndio “não deixam dúvidas” de que a situação teria sido organizada para “acusar a Rússia de criar uma fonte de contaminação radioativa” [na Europa].
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