Trump deixa de chamar coronavírus de ‘vírus chinês’
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta terça-feira que decidiu parar de se referir ao covid-19 como “vírus chinês”, costume que levou a acusações de xenofobia e críticas que ele não reflete adequadamente a natureza da pandemia.
“Todos sabem que isso vem da China, mas decidi que também não temos de dar tanta importância a isso. Acredito que dei muita importância e que as pessoas entendem”, disse à Fox News.
Na semana passada, Trump aumentou as referências ao “vírus chinês” ao ponto de riscar a palavra “coronavírus” nos papéis onde havia preparado suas declarações para a imprensa e escrever à mão a expressão, amplamente utilizada por comentaristas de direita nos Estados Unidos.
No entanto, durante uma coletiva realizada na segunda-feira, um fotógrafo conseguiu tirar uma foto do papel em que estava o discurso de Trump, e desta vez, o presidente havia riscado a palavra “chinês” para se referir ao covid-19 apenas como “vírus”.
Além disso, havia um parágrafo aparentemente acrescentado de última hora ao discurso de Trump, em um papel colado por cima de outro trecho, que ressaltava a importância de “proteger plenamente a comunidade asiático-americana” no país.
À Fox News, Trump lembrou que não gostou de ver a China “acusando” soldados americanos de introduzir o coronavírus no país asiático durante uma visita à região de Wuhan, em outubro, teoria compartilhada neste mês por um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Esse fato motivou Trump a usar o termo “vírus chinês” muitas vezes na semana passada, algo que aparentemente funcionou bem entre sua base eleitoral. Embora diga que não “lamenta” ter usado a expressão, salientou que tem “um relacionamento muito bom com o presidente Xi [Jinping]” e que o país asiático “passou um inferno” por causa do coronavírus.
* Com EFE
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