Trump diz querer que Coreia do Norte “se desfaça de mísseis nucleares”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esclareceu nesta terça-feira (24) que o objetivo de sua aproximação com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, é que a Coreia do Norte “se desfaça dos seus mísseis nucleares”, uma interpretação do termo “desnuclearização” que pode se chocar com a do país asiático.
“Estamos programando a reunião (com Kim) e quero ver a desnuclearização da Coreia do Norte”, disse Trump em entrevista coletiva conjunta com o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca.
Perguntado sobre como define a “desnuclearização”, Trump respondeu: “Significa que devem se desfazer dos seus mísseis nucleares, é muito simples”.
“Seria muito fácil para mim chegar a um simples acordo e cantar vitória. Não quero fazer isso. Quero que se desfaçam dos seus mísseis nucleares”, acrescentou Trump, que empregou o termo coloquial em inglês “nukes” para referir-se às armas.
A Coreia do Norte está desenvolvendo seu programa armamentista e nuclear desde a década de 1990, e Kim assegura que quer falar da desnuclearização, mas não está claro que compartilhe dessa interpretação de Trump.
Por outro lado, o regime norte-coreano condicionou no passado a desnuclearização à retirada das tropas americanas da Coreia do Sul, uma condição que não está claro que Trump esteja disposto a aceitar.
“Não fizemos nenhuma concessão” para aceitar a reunião, acrescentou Trump.
No sábado passado, o regime norte-coreano anunciou a suspensão de seus testes nucleares e de mísseis intercontinentais, e o fechamento de um centro de testes nucleares, em um aparente gesto para aproximar posições em relação com as cúpulas que Kim Jong-un terá com Trump e com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Trump qualificou esse anúncio de “muito boa notícia”, embora a Casa Branca tenha se mostrado mais cética e tema que esse gesto de Kim Jong-un possa ser apenas um “truque” para convencer Washington de que é um líder razoável.
Hoje, Trump descreveu Kim como um líder “muito honrado”, um elogio que contrasta com a dura linguagem com o qual o presidente americano costumava se referir a ele, incluindo seu famoso apelido de “homem-foguete”.
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