Trump libera revelação de milhares de arquivos sobre Kennedy, mas retém parte

  • Por EFE
  • 27/10/2017 08h17 - Atualizado em 27/10/2017 08h18
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EFE/CHRIS KLEPONIS / POOL O governante afirmou que "o povo americano espera e merece o maior acesso possível" aos arquivos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiu nesta quinta-feira a divulgação de 2.800 documentos até agora sigilosos sobre o assassinato de John F. Kennedy, mas reteve alguns após receber pressões do FBI e da CIA.

Trump ordenou a revisão dos documentos retidos ou censurados ao longo dos próximos seis meses, com a ideia de voltar a se pronunciar sobre o assunto, e talvez revelar mais alguns, em abril de 2018, segundo funcionários do governo americano.

“Hoje ordeno que o véu finalmente seja levantado”, disse o republicano em memorando presidencial sobre a última parte dos documentos relativos ao assassinato de Kennedy que o governo americano mantém confidenciais.

O governante afirmou que “o povo americano espera e merece o maior acesso possível” aos arquivos sobre esse acontecimento histórico, mas que, dos 3.100 documentos do Arquivo Nacional”, alguma informação deve continuar censurada “por enquanto devido a preocupações de segurança nacional”.

“Não tenho outra opção, hoje, a não ser aceitar essas censuras em vez de permitir um dano potencialmente irreversível à segurança da nossa nação”, afirmou o presidente.

Uma das funcionárias do governo que falaram com os jornalistas confirmou que “a maioria dos pedidos” para que Trump mantivesse censurados certos documentos “vieram do FBI e da CIA”.

Essas agências temem que os arquivos revelem “a identidade de indivíduos envolvidos e os seus papéis como informantes de uma investigação de segurança e inteligência”, que ainda podem estar vivos hoje, disse outro funcionário de alto cargo.

“Frequentemente, também há dados sensíveis relacionados à identificação de atividades realizadas com o apoio de organizações estrangeiras aliadas”, acrescentou a fonte.

Entre essas atividades podem estar os acordos de inteligência que os EUA tinham em 1963 com o governo do México, segundo disse à Agência Efe o juiz federal John R. Tunheim, que entre 1994 e 1998 revisou todos os documentos oficiais do governo americano sobre o assassinato de Kennedy.

Esses acordos teriam permitido Washington, segundo relatórios de imprensa, a vigiar as embaixadas na capital mexicana de Cuba e na União Soviética, visitadas pelo suposto assassino de Kennedy, Lee Harvey Oswald, seis semanas antes do assassinato.

O Arquivo Nacional prevê publicar nesta quinta-feira em seu site as versões digitais dos documentos não mais confidenciais, em cumprimento de uma lei americana de 1992.

Trump exigiu a cada agência federal que revise cada um dos trechos censurados “ao longo dos próximos 180 dias”, até 26 de abril de 2018, quando ordenará “a publicação de qualquer informação que as agências não possam mostrar” e que deve seguir confidencial sob os parâmetros estabelecidos na lei de 1992.

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