Trump promete disparar mísseis na Síria e manda recado à Rússia: “pior relação desde a Guerra Fria”

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2018 09h01 - Atualizado em 11/04/2018 09h17
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EFE "A Rússia promete abater qualquer míssil disparado na direção da Síria. Prepare-se, Rússia, porque eles (mísseis) chegarão", escreveu Trump

O presidente dos EUA Donald Trump aumentou o tom em relação à Síria, que teria usado armas químicas contra sua população, e a Rússia, que apoia o regime de Bashar Al-Assad.

Em “tweets” publicados na manhã desta quarta-feira (11), Trump prometeu disparar novos mísseis na Síria e disse que o relacionamento dos norte-americanos com a Rússia está “pior do que sempre, o que inclui a Guerra Fria”, época em que o mundo chegou a estar, por alguns dias, na iminência de uma guerra nuclear.

“A Rússia promete abater qualquer míssil disparado na direção da Síria. Prepare-se, Rússia, porque eles (mísseis) chegarão, bonitos, novos e ‘inteligentes’! Vocês não deveriam se associar ao ‘Animal Assassino a Gás’ que mata pessoas e se diverte com isso!”, escreveu Trump.

“Nossa relação com a Rússia está pior do que sempre esteve, e isso inclui a Guerra Fria. Não há razão para isso. A Rússia precisa de nós para a economia deles, algo que seria muito fácil fazer, e nós precisamos que todas as nações trabalhem junto. Parar a corrida armamentista?”, escreveu e sugeriu também o presidente americano.

Enquanto as vias diplomáticas parecem dar claros sinais de que não vão levar a lugar algum, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha articulam uma investida militar.

Os britânicos parecem os mais comedidos no momento por uma questão política interna.

Por convenção, a primeira-ministra Theresa May não pode mobilizar forças militares sem autorização do parlamento.

Veja na análise do correspondente Jovem Pan em Londres, Ulisses Neto:

Na segunda (9), Trump disse que os EUA têm provas do uso de armas químicas pela ditadura síria.

Trump disse que seria “muito duro” se ficar comprovada a participação da Rússia na ofensiva. Segundo ONGs que atuam na Síria, o uso de armas químicas provocou a morte de pelo menos 49 pessoas em Douma, uma das últimas áreas em torno de Damasco que eram controladas por rebeldes.

Trump classificou o ataque de “hediondo” ao abrir reunião de seu gabinete, no início da tarde de ontem. “Foi um ataque atroz. Foi horrível. Você não vê coisas como essa. Não importa quão ruim sejam as notícias ao redor do mundo, você não vê essas imagens.” Vídeos divulgados por ONGs mostram corpos amontoados dentro de casas, com espuma saindo da boca e das narinas. Em outras imagens, crianças apresentam dificuldade para respirar e aparecem com olhos e pele irritados.

Segundo o Kremlin, Putin conversou sobre o assunto por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel. “O lado russo disse que é inaceitável a provocação e a especulação”, afirmou Moscou, em nota. Os russos sustentam que o ataque não existiu e as imagens foram fabricadas por opositores de Assad.

Representantes dos dois países trocaram acusações durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada para discutir a situação na Síria. O embaixador russo, Vassili Nebenzya, disse que a política de confronto dos EUA e de seus aliados com relação à Rússia supera o que foi registrado durante a Guerra Fria. “Vocês entendem o perigoso limiar para o qual estão levando o mundo?”, questionou.

A embaixadora dos EUA, Nikki Haley, acusou a Rússia de ter as “mãos cobertas de sangue de crianças sírias” e de bloquear qualquer tentativa do Conselho de Segurança de agir para tentar solucionar a guerra civil que já dura sete anos. “De qualquer maneira, os EUA responderão.”

O representante da Rússia, Nebenzia, fez o seguinte alerta ontem: se americanos e seus aliados decidirem levar adiante a aventura militar ilegal, eles terão que ser responsabilizados por isso.

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