Trump promoverá em viagem à Europa relação “mais construtiva” com a Rússia

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/07/2017 12h14 - Atualizado em 02/07/2017 12h20
TRU37 WASHINGTON (ESTADOS UNIDOS) 21/02/ 2017.- El presidente de los Estados Unidos, Donald J. Trump, habla para los medios tras finalizar su visita al Museo de Historia y Cultura Afroamericana, en Washington (Estados Unidos), hoy, 21 de febrero de 2017. EFE/Kevin Dietsch **Pool** EFE/Kevin Dietsch Donald Trump fará apenas sua segunda viagem internacional desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, em janeiro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscará nesta semana em sua excursão europeia pela Polônia e Alemanha promover uma relação “mais construtiva” com a Rússia, com cujo líder, Vladimir Putin, se encontrará pela primeira vez lado a lado na cúpula do G20, da mesma forma que com seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto.

Trump partirá na quarta-feira para Varsóvia e depois se deslocará à cidade alemã de Hamburgo para participar da cúpula de líderes do G20, em sua segunda viagem ao exterior desde que chegou à Casa Branca em janeiro.

Um dos objetivos de Trump nesta excursão é desenvolver “um enfoque comum” com os seus parceiros europeus e no G20 sobre as relações com a Rússia, segundo explicou nesta semana em uma entrevista coletiva o principal assessor de segurança nacional da Casa Branca, H.V. McMaster.

“Como o presidente deixou claro, ele gostaria que os Estados Unidos e todo Ocidente desenvolvessem uma relação mais construtiva com a Rússia. Mas também deixou claro que faremos o necessário para enfrentar o comportamento desestabilizador” de Moscou, comentou McMaster.

O assessor detalhou que Trump pediu à sua equipe que trabalhe para “impedir” um conflito com a Rússia e fomente “áreas de cooperação” com o Kremlin em assuntos como as ameaças norte-coreanas, a guerra civil síria e a campanha contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Todos esses temas estarão presentes na esperada primeira reunião bilateral entre Trump e Putin, que se ocorrerá às margens do G20, de acordo com a Casa Branca.

Por enquanto a Casa Branca não quis comentar se Trump falará com Putin sobre as investigações sobre a suposta ingerência russa nas eleições de novembro nos EUA e as possíveis conexões entre sua campanha e Moscou.

A outra reunião que também gera muita expectativa é a que Trump manterá com Peña Nieto, a primeira entre ambos depois que o governante mexicano cancelou uma visita à Casa Branca no começo do ano pelas tensões sobre o muro fronteiriço.

Além da insistência de Trump de que o México acabará pagando a construção desse muro, o magnata acusou o país vizinho de práticas comerciais injustas e ambas nações preveem começar em agosto a renegociação do acordo de livre-comércio ++TLCAN++, do que também faz parte o Canadá.

Além dos encontros com Putin e Peña Nieto, Trump terá reuniões bilaterais com a chanceler alemã e anfitriã do G20, Angela Merkel; os premiês de Japão, Shinzo Abe, e do Reino Unido, Theresa May; e os presidentes chinês, Xi Jinping, e sul-coreano, Moon Jae-in, entre outros.

Durante sua estadia em Varsóvia, Trump se encontrará com o presidente polaco, Andrzej Duda, e participará da Cúpula “da Iniciativa dos Três Mares” junto com líderes da Europa Central,d o Báltico e dos Balcãs.

O governante oferecerá um discurso dirigido ao povo “polaco” no qual exporá sua visão sobre o “futuro” das relações com a Europa e da aliança transatlântica, segundo McMaster.

Quanto aos temas que Trump quer apresentar perante os parceiros do G20, seu principal assessor econômico, Gary Cohn, adiantou que o presidente se mantém “firme contra todas as práticas comerciais desleais”, incluídas as “distorções em massa no mercado mundial do aço”, algo que os EUA apontam diretamente à China.

Trump espera poder explicar sua decisão de se retirar do Acordo climático de Paris e insistir que está aberto a voltar a ele ou a negociar um novo pacto, “se tiver sentido para o povo americano”, disse Cohn.

Em sua agenda está, por outro lado, abordar a fome e os conflitos no Sudão do Sul, Nigéria, Iêmen e Somália, de acordo com a Casa Branca.

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