Trump reivindica vitória e promete ‘curar’ os Estados Unidos

No momento, o republicano tem 266 delegados no Colégio Eleitoral, contra 219 de sua rival, a democrata Kamala Harris; candidato precisa de 270 para assegurar a vitória

  • Por Jovem Pan
  • 06/11/2024 06h42 - Atualizado em 06/11/2024 07h27
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Jim Watson/AFP Donald Trump "Fizemos história", proclamou ele aos seus eleitores em West Palm Beach, Flórida

Donald Trump reivindicou a vitória nesta quarta-feira (6) e prometeu “curar” os Estados Unidos, após a divulgação dos resultados que o deixam muito próximo de retornar à Casa Branca. “Fizemos história”, proclamou ele aos seus eleitores em West Palm Beach, Flórida. No momento, o republicano tem 266 delegados no Colégio Eleitoral, contra 219 de sua rival, a democrata Kamala Harris. Um candidato precisa de 270 para assegurar a vitória. “Vamos ajudar o nosso país a se curar”, acrescentou o republicano, de 78 anos, pouco minutos após o canal Fox News, popular entre os conservadores, declarar sua vitória. É o único veículo da imprensa americana que anunciou um resultado final até o momento.

O líder republicano da Câmara de Representantes, Mike Johnson, já felicitou o “presidente eleito” Trump. Donald Trump está muito perto de retornar à Casa Branca com suas vitórias em três dos sete estados-chave nas eleições. O republicano venceu na Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia. Os americanos ainda aguardam os resultados de Arizona, Nevada, Michigan e Wisconsin. A chefe de campanha de Kamala Harris, Jen O’Malley Dillon, tinha esperança em vencer os dois últimos, assim como a Pensilvânia, trio de estados conhecido como “muralha azul”.

Nos outros estados, que geralmente se dividem entre os tradicionalmente democratas ou republicanos, não houve surpresas. Trump venceu, como era esperado, na Flórida e no Texas, enquanto Kamala venceu em Nova York, Califórnia e na capital, Washington DC. A sorte parece sorrir para os republicanos, que também retomaram dos democratas o controle do Senado, mudando o equilíbrio de poder em uma Câmara essencial para aprovar reformas. Os americanos também votaram para renovar as 435 cadeiras da Câmara de Representantes e para o governo de vários estados.

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“Muito melhor”

Os americanos viveram uma noite de ansiedade, enquanto o mundo observava, atento às repercussões na guerra na Ucrânia, nos conflitos no Oriente Médio e nas questões sobre aquecimento global, que Trump considera uma falácia. China, Israel, França, Reino Unido e Índia já parabenizaram o republicano. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse esperar que Trump ajude a Ucrânia a alcançar uma “paz justa”. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, felicitou Trump e disse que seu retorno à Casa Branca ajudará a Aliança a permanecer “forte”.

No Centro de Convenções do condado de Palm Beach, os eleitores de Trump estavam entusiasmados. “Sinto que Trump já venceu as eleições. Isso acabou e acredito que o mundo está prestes a ficar muito melhor”, disse Moses Abraham, de 22 anos.  O resultado é histórico. Se a vitória de Trump for confirmada, este seria o segundo mandato não consecutivo de um presidente desde 1893 e ele será o presidente mais velho eleito.

Comício após comício, o republicano, que sofreu duas tentativas de assassinato durante a campanha, repetiu o roteiro de 2016 e 2020, apresentando-se como o candidato antissistema. O discurso foi o mesmo em todas as ocasiões: a luta contra os migrantes em situação irregular que, segundo ele, “envenenam o sangue” do país. Trump já chamou os migrantes de “terroristas”, “estupradores”, “selvagens” e “animais” que saíram de “prisões e manicômios”.

Condenado por um crime no final de maio e com quatro processos pendentes, o republicano pintou um cenário sombrio do país durante uma campanha dominada pela retórica violenta. Trump insultou a candidata democrata, de 60 anos, a quem chamou de “lunática radical da esquerda”, “incompetente”, “idiota” e pessoa com um “coeficiente intelectual baixo”, entre outras ofensas. Ela respondeu chamando o adversário de “fascista”. Além disso, os últimos dias de campanha foram marcados pelo comentário de um humorista pró-Trump que disse que Porto Rico é como uma “ilha flutuante de lixo” ou por uma gafe do presidente Joe Biden que, em resposta, disse que “lixo” eram os eleitores do republicano.

Três meses

Kamala Harris, negra e de ascendência sul-asiática, também aspirava fazer história como a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da nação. Ela teve apenas três meses para convencer os americanos. A democrata entrou na campanha depois que o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em julho e anunciou seu apoio à vice-presidente. Kamala apresentou um programa eleitoral vago, mas centrista. Ela anunciou propostas de combate à imigração ilegal, melhorias para a classe média e de defesa do direito ao aborto.

Ela deveria falar com seus eleitores na Universidade Howard, em Washington, tradicionalmente frequentada por estudantes negros, onde a democrata também estudou, mas o discurso foi cancelado. A alegria inicial dos apoiadores da democrata presentes no campus rapidamente virou preocupação. “Agora estou com medo, estou ansiosa. Nem consigo mexer as pernas”, disse Charlyn Anderson.

Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP

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