Trump propõe ‘solução realista de dois Estados’ para Israel e Palestina

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2020 16h45 - Atualizado em 28/01/2020 16h49
EFE O presidente dos Estados Unidos Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou nesta terça-feira (28) seu plano de paz para o conflito entre Israel e Palestina como uma “solução realista de dois Estados”, mas causou confusão ao falar sobre o status de Jerusalém — que, de acordo com ele, continuaria “indivisível”, mas ao mesmo tempo com sua parte oriental como capital de um Estado palestino.

O plano também apoia a anexação do Vale do Jordão, que representa cerca de 30% do território da Cisjordânia, por Israel, algo que promete causar muita polêmica entre os palestinos e parte da comunidade internacional.

Em cerimônia na Casa Branca que contou com o primeiro-ministro interino israelense, Benjamin Netanyahu, Trump disse que o plano é “diferente” dos de seus antecessores, porque contém muito mais detalhes “técnicos”, com 80 páginas de propostas.

“Esta é a primeira vez que Israel autoriza a divulgação de um mapa conceitual ilustrando as concessões territoriais que está disposto a fazer para conseguir a paz”, disse Trump.

Posteriormente, o presidente americano postou no Twitter o mapa, que inclui uma ligação dos territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia através de um túnel e reserva para Israel o Vale do Jordão, localizado a oeste do rio com o mesmo nome e ao longo da fronteira com a Jordânia.

Trump também criou confusão ao prometer inicialmente a Israel que Jerusalém permaneceria como sua “capital indivisível” e depois anunciar que os palestinos poderiam estabelecer sua capital na parte oriental da cidade.

“Este mapa duplicará o território dos palestinos, com uma capital em Jerusalém Oriental, onde os Estados Unidos abrirão orgulhosamente uma embaixada”, disse Trump.

Segundo o mapa, os palestinos teriam um Estado fragmentado e contido quase inteiramente dentro de Israel, com exceção da fronteira de Gaza com o Egito, algo que Netanyahu definiu como necessário para permitir que os israelenses “defendam a si mesmos”.

“Isso nos dará uma fronteira oriental permanente para nos defendermos”, disse Netanyahu sobre a concessão a Israel do Vale do Jordão, um cenário que a ONU havia advertido que seria contrário às leis internacionais.

Trump deu aos palestinos um prazo de quatro anos para se comprometerem com sua iniciativa, e Netanyahu mais tarde confirmou que, durante esse período, Israel “manterá o status quo” a fim de favorecer uma negociação.

Embora os palestinos não aceitem os Estados Unidos como mediadores, Trump se mostra confiante de que os convencerá a médio prazo a negociar, prometendo um investimento de US$ 50 bilhões que dobraria o PIB dos territórios e a criação de 1 milhão de empregos.

A cerimônia na Casa Branca também contou com a presença do principal rival de Netanyahu nas eleições israelenses de 2 de março, o centrista Benny Gantz – que segundo Trump também se comprometeu com o plano -, assim como os embaixadores em Washington de três países do Golfo: Omã, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.

*Com informações da EFE

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