Trump terá que depor perante procuradora-geral de Nova York

Dois filhos do ex-presidente dos Estados Unidos, Ivanka e Donald Jr., também terão prestar esclarecimentos

  • Por Jovem Pan
  • 18/02/2022 01h00
REUTERS/Kevin Lamarque/12.01.2021 donald trump de braços abertos falando ao microfone Inquérito apura possíveis práticas fraudulentas das Organizações Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e dois de seus filhos, Ivanka e Donald Jr., terão que comparecer perante a Procuradoria de Nova York para depor, no âmbito da investigação aberta por práticas fiscais fraudulentas do grupo empresarial familiar Organização Trump. Após mais de duas horas de audiência por videoconferência realizada na manhã desta quinta, 17, o juiz Arthur Engoron concordou em “indeferir” o recurso apresentado por Trump e seus dois filhos, que até então haviam ignorado as intimações da procuradora-geral de Nova York, a democrata Letitia James, para prestarem depoimento na investigação do grupo, iniciada em março de 2019.

O juiz ordenou que Donald Trump entregue os documentos e as informações exigidas pela procuradoria no prazo de “14 dias” e que os três compareçam no gabinete da procuradora para testemunhar “em um período de 21 dias”. Os Trump devem recorrer da decisão. “Ninguém está acima da lei”, declarou a procuradora de Nova York. Abster-se de investigar “teria sido uma violação flagrante dos deveres da procuradora”, argumentou o juiz em sua decisão, descartando qualquer “animosidade pessoal” de James. Para a defesa de Trump, a decisão desta quinta-feira “confirma o que sabíamos faz tempo: Donald Trump não pode obter uma sentença justa no estado de Nova York. O tribunal tinha, claramente, uma noção preconcebida, e não tinha nenhuma vontade de se envolver em um debate imparcial”, observou a advogada Alina Habba.

No fim de dezembro e no começo de janeiro, a procuradora intimou os Trump para depor sob juramento, mas a família não respondeu às intimações e recorreu a todo tipo de subterfúgios para escapar destas convocações e atrasar a investigação. Em um documento de 100 páginas divulgado em janeiro, a procuradora disse ter encontrado “evidências significativas que sugerem que Donald J. Trump e a Trump Organization avaliaram de forma falsa e fraudulenta múltiplos ativos”. Ela os acusa de terem “estimado incorretamente o valor desses ativos perante as instituições financeiras para obter benefícios econômicos”. Segundo ela, Donald Trump tinha “poder de decisão sobre uma ampla gama de práticas na Trump Organization, incluindo declarações falsas a terceiros, em particular instituições financeiras e os serviços fiscais americanos”. Se a procuradora encontrar evidências de fraude financeira, poderá processar a Trump Organization por danos, mas não poderá apresentar acusações criminais.

*Com informações da AFP

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