Ucrânia condena primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra à prisão perpétua
Vadim Shishimarin foi considerado culpado por matar um civil de 62 anos de maneira premeditada; defesa afirma que vai entrar com recurso
Um tribunal de Kiev, capital da Ucrânia, condenou nesta segunda-feira, 23, um soldado russo de 21 anos à prisão perpétua. O sargente Vadim Shishimarin foi considerado culpado de crimes de guerra e assassinato premeditado. Ele admitiu durante o julgamento que matou um civil de 62 anos nos primeiros dias da ofensiva russa no nordeste da Ucrânia. Este é o primeiro veredicto do tipo dado na Ucrânia desde o início da invasão da Rússia, em 24 de fevereiro.
“O tribunal decidiu que [Vadim] Shishimarin é culpado e o condenou à prisão perpétua”, anunciou o juiz Sergiy Agafonov. “O assassinato foi cometido com intenção direta”, disse o juiz Agafonov. A vítima empurrava uma bicicleta enquanto falava pelo telefone. “Shishimarin violou as leis e costumes da guerra”, acrescentou o magistrado. O soldado ouviu o veredicto em ucraniano no banco dos réus. Um intérprete traduziu a sentença para o russo. Em uma audiência na semana passada, o soldado declarou que lamentava o ocorrido e pediu “perdão” à viúva da vítima. Ele também justificou seus atos como “ordens recebidas”. O advogado de defesa do soldado, Viktor Ovsyannikov, anunciou que vai entrar com um recurso contra a decisão. De acordo com o Ministério Público da Ucrânia, o país abriu mais de 12 mil investigações por crimes de guerra desde o início da invasão russa.
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