‘Ucrânia está preparada para discutir status de neutralidade, mas insiste na soberania’, diz Zelensky

Durante conversa com jornalistas russos, líder ucraniano disse que os fiadores não vão assinar nada se a tropa da Rússia estiver no país; nova rodada de negociações acontece entre os dias 28 e 30 de março

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2022 20h02 - Atualizado em 27/03/2022 20h10
EFE/EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT Volodymyr Zelensky Volodymyr Zelensky pediu aos principais países do mundo que continuem a impor sanções ao Kremlin

Durante uma conversa por videochamada com jornalistas russo realizada neste domingo, 27, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia está pronta para discutir a adoção de status neutro mas não abre mão da soberania e integridade territorial. “Garantias de segurança e neutralidade, status não nuclear de nosso estado. Estamos prontos para isso”, disse Zelensky lembrando que esse foi o ponto principal para a Rússia começar a guerra. Entretanto, apesar de ceder a uma das exigências de Putin, o presidente ucraniano informou que “a Ucrânia insistirá na integridade territorial na próxima ronda de conversas com a Rússia”, disse se referindo ao encontro dos representantes russos e ucranianos marcado para acontecer a partir de segunda-feira, 28, para uma nova rodada de negociações de cessar-fogo.

Apesar de dizer estar disposto para adoção de neutralidade, Zelensky informou que isso só vai acontecer se o pacto for garantido por terceiros e submetido a um referendo. Ele se recusou a discutir algumas outras demandas russas, como a desmilitarização do país. “Não vamos nos sentar atrás da mesa se falarmos sobre algum tipo de ‘desmilitarização’, algum tipo de ‘desnazificação’”, disse e informou que os fiadores não vão assinar nada se as tropas russas estiverem dentro do seu país. Durante oa conversa que durou cerca de 90 minutos, Zelensky também descartou tentar recapturar todo o território à força, alegando que isso levaria a uma Terceira Guerra Mundial, e disse que queria chegar a um “compromisso” sobre a região leste de Donbass, mantida por forças apoiadas pela Rússia desde 2014.

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