Ucrânia revisa casos relacionados a empresa ligada a filho de Joe Biden

O novo procurador-geral da Ucrânia vai reabrir todos os casos encerrados pelos antecessores antes de perder poderes de investigação

  • Por Jovem Pan
  • 04/10/2019 15h14
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EFE/EPA/ANDY WONG / POOL Joe Biden e Hunter Biden Hunter Biden (esquerda) ao lado do pai, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden

O novo procurador-geral da Ucrânia, Ruslan Riaboshapka, fará uma auditoria de todos os casos encerrados por seus antecessores, entre eles 15 relacionados ao proprietário da empresa de gás Burisma, na qual Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, integrava o conselho de administração.

“Estamos revisando todos os procedimentos que foram fechados, divididos ou investigados antes, com o objetivo de tomar uma decisão naqueles casos em que foram tomadas decisões processuais ilegais”, disse Riaboshapka em entrevista coletiva.

Entre os dossiês que estão sendo auditados estão “casos de perfil relevante” sobre funcionários do alto escalão dos tempos do presidente Viktor Yanukovich, entre eles Mykola Zlochevsky, ex-ministro de Ecologia e Recursos Naturais e proprietário da Burisma, além de responsável pela contratação de Hunter Biden em 2014.

Riaboshapka explicou que não estão sendo reabertos casos por enquanto e que “ainda não foram tomadas decisões” em relação ao processo contra Zlochevsky, “pessoas relacionadas a ele ou suas empresas”.

Além disso, o procurador-geral ressaltou que “serão tomadas as medidas apropriadas” se for determinado que o processo contra o empresário foi encerrado “em violação à lei ou se outras violações de procedimentos foram cometidas”.

“Não podemos prever decisões agora”, enfatizou Riaboshapka, evitando especificar se algum dos casos em revisão está relacionado ao trabalho de Hunter Biden na companhia de gás.

A Promotoria-Geral deu este passo porque, no próximo dia 20 de novembro, perderá poderes de investigação por conta da emenda de uma lei. Por outro lado, esse inquérito acontece após a abertura de um processo de impeachment contra o presidente dos EUA, Donald Trump, devido a uma conversa telefônica com o atual presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, em julho.

Na conversa, Trump pediu a Zelenski que investigasse Joe Biden – que é pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020 – e seu filho por suposta corrupção na Ucrânia. Além disso, bloqueou uma transferência de aproximadamente US$ 400 milhões em ajuda militar a Kiev até semanas após a ligação.

Hoje, Riaboshapka garantiu não ter recebido nenhuma pressão sobre o caso Burisma. “Nenhum funcionário ou político estrangeiro ou ucraniano entrou em contato comigo tentando influenciar nas minhas decisões em casos criminais específicos”, afirmou o procurador-geral, quando questionado se tinha sido procurado por alguém, incluindo o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani.

Em diversas oportunidades, Giuliani sugeriu que, quando era vice-presidente (no governo Barack Obama), Biden tentou proteger a Burisma devido aos laços com seu filho.

*Com EFE

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