Ucrânia tenta restabelecer fornecimento de energia após bombardeios russos
No sul do país, em Kryvyi Rig, cidade natal do presidente ucraniano, três pessoas morreram depois que um míssil atingiu um prédio residencial
A Ucrânia tenta, nas primeiras horas deste sábado, 17, restabelecer a eletricidade cortada após uma onda de bombardeios russos contra a sua infraestrutura, o que a União Europeia denunciou como um crime de guerra. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que Kiev e outras 14 regiões foram afetadas por cortes de água ou eletricidade, mas afirmou que já se trabalha para solucionar o problema. Foram disparados 74 mísseis no total, dos quais 60 foram derrubados, segundo o Exército da Ucrânia. No sul do país, em Kryvyi Rig, cidade natal do presidente ucraniano, três pessoas morreram depois que um míssil atingiu um prédio residencial, segundo o governador regional. Autoridades instaladas por Moscou na cidade ucraniana de Lugansk, leste do país, afirmaram que 11 pessoas morreram e 17 ficaram feridas em bombardeios da Ucrânia naquela região, controlada pela Rússia. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou hoje “o terror indiscriminado” da Rússia contra a Ucrânia. Em um novo pacote de sanções, o bloco proibiu a exportação de motores de drones para a Rússia e “para todos os países terceiros” que possam facilitar esses elementos a Moscou.
Nos últimos meses, a Rússia sofreu uma série de reveses militares no sul e nordeste da Ucrânia. Desde então, Moscou optou por bombardear as instalações de energia do país, o que deixa milhões de ucranianos sem luz e calefação em um período de temperaturas gélidas. Em Kiev, as temperaturas oscilavam nesta sexta-feira entre -1°C e -3°C. A capital resistiu a “um dos maiores ataques com mísseis” desde o começo da invasão russa, em 24 de fevereiro, afirmou o comando militar da região. Vários moradores da capital passaram horas abrigados no metrô. “Quando acordei, vi um míssil no céu e soube que tinha que ir para o metrô”, contou a atriz Lada Korovay, 25. O prefeito de Kiev, Vitali Klitchko, informou que apenas um terço dos habitantes da cidade dispunham de água e calefação, e 40%, de eletricidade.
O comandante das Forças Armadas, Valery Zaluzhny, declarou ontem que prevê uma nova ofensiva russa contra Kiev nos primeiros meses de 2023. Os combates se concentram atualmente no leste e sul da Ucrânia, onde os bombardeios também deixaram várias cidades sem luz. Kharkiv foi uma das cidades atingidas, segundo o prefeito Igor Terekhov. Autoridades locais anunciaram à noite que haviam restabelecido a eletricidade em 55%. Na região homônima, a porcentagem era de 85%. Os ataques também afetaram a região de Zaporizhzhia, onde fica a maior central nuclear da Europa, afirmou o governador Oleksandr Staruch.
*Com informações da AFP
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