Universidades públicas da Califórnia oferecerão pílula abortiva

Medida visa ajudar a liberar clínicas californianas para que possam atender pacientes de Estados onde o aborto ficou proibido após a decisão da Suprema Corte Americana

  • Por Jovem Pan
  • 15/07/2022 05h40 - Atualizado em 15/07/2022 05h45
Cecília Bastos/USP Imagens Cecília Bastos/USP Imagens Estudo de 2018 da Universidade da Califórnia em São Francisco estimou que entre 300 e 500 estudantes do sexo feminino precisam de algum tipo de assistência à saúde reprodutiva a cada mês

As universidades públicas da Califórnia oferecerão a suas alunas e trabalhadoras acesso à pílula abortiva em todos os seus campi para que não saturem as clínicas externas antes da previsível chegada de pacientes de outros estados em que esta medicação é ilegal. Os dois sistemas de ensino universitário público do estado, Cal State e Universidade da Califórnia, prometeram nesta quinta-feira, 14, incluir a pílula no seguro de saúde de seus alunos, sem custo adicional, antes do próximo dia 1º de janeiro. O esforço faz parte das medidas que o estado da Califórnia, um dos mais progressistas dos Estados Unidos, está promovendo para blindar o acesso ao aborto depois que a Suprema Corte revogou a decisão que, desde 1973, protegia esse direito em todo o país.

No entanto, a adoção da pílula abortiva no campus já havia sido aprovada em uma lei de 2019. A decisão do Supremo Tribunal apenas acelerou os planos das universidades. De acordo com as duas instituições, que têm campi nas principais cidades do Estado, como Los Angeles, São Francisco e San Diego, a medida ajudará a liberar outras clínicas para que possam atender pacientes de estados restritivos que não permitem a venda dessas pílulas em suas farmácias.

Um estudo de 2018 da Universidade da Califórnia em São Francisco estimou que entre 300 e 500 estudantes do sexo feminino precisam de algum tipo de assistência à saúde reprodutiva a cada mês. Os campi de todas as universidades somam mais de 500.000 alunos matriculados. Além disso, os californianos votarão se a Constituição de Estado deve proteger explicitamente o direito ao aborto nas eleições de meio de mandato marcadas para novembro. Trata-se de uma emenda constitucional apresentada pelo Partido Democrata, que tem maioria neste órgão, e que foi proposta para garantir a interrupção da gravidez e o acesso a anticoncepcionais a qualquer gestante que esteja em solo californiano.

O aborto é legal sob a proteção da jurisprudência californiana, mas o Partido Democrata pretende salvaguardar esse direito buscando status constitucional. Assim que a decisão final da Suprema Corte foi tornada pública, Califórnia, Washington e Oregon, os três estados que compõem a costa oeste dos EUA, endossaram seu compromisso de proteger o direito ao aborto por meio de uma série de ações conjuntas que descreveram como “Ofensiva da Costa Oeste”.

*Com informações da EFE

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