Venezuela fecha espaço aéreo para voos da Argentina após entrega de avião aos EUA
Boeing 747 da Conviasa foi retido desde 2022 em Córdoba, a pedido do governo americano, sob a acusação de que a empresa estatal aérea venezuelana financia uma unidade da Guarda Revolucionária do Irã considerada terrorista
O espaço aéreo da Venezuela foi fechado para aeronaves com origem ou destino na Argentina, em uma decisão que aumenta a tensão entre os dois países. A medida foi uma resposta a uma ação realizada por Buenos Aires um mês antes, quando entregou aos Estados Unidos um avião venezuelano que estava retido desde 2022, quando pousou em Córdoba, e sob sanções americanas. A aeronave em questão, um Boeing 747 de carga, pertencia à Emtrasur, filial da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, e havia sido vendido para o governo de Caracas por uma empresa do Irã. Os EUA acusam essa empresa de financiar uma unidade da Guarda Revolucionária do Irã considerada terrorista. O fechamento do espaço aéreo afeta principalmente rotas comerciais para destinos turísticos como Punta Cana, na República Dominicana, e cidades americanas como Miami e Nova York. O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Ardoni, mencionou o caso após o anúncio da restrição, enquanto o ministro das Relações Exteriores de Caracas, Yván Gil, criticou a atitude argentina, chamando o governo de “neonazista” e “submisso a Washington”.
A entrega do avião venezuelano aos EUA gerou protestos por parte do governo de Nicolás Maduro, que considerou o ato como um “roubo”. A decisão de fechar o espaço aéreo para voos entre Venezuela e Argentina é mais um capítulo nas relações conturbadas entre os dois países, que já vinham fragilizadas desde a eleição do presidente argentino Javier Milei. A Casa Rosada deverá anunciar sanções contra Caracas após a retaliação de Maduro, escalando a crise diplomática entre os dois países sul-americanos.
Publicada por Felipe Cerqueira
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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