Venezuela liberta quase 100 manifestantes presos nos protestos realizados após a eleição

Mais de 2.000 pessoas foram presas durante os atos que contestaram a vitória de Nicolás Maduro; Ministério Público do país anunciou a revisão de 225 casos

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2024 07h10
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Ronald Peña/EFE Familiares de presos políticos aguardam do lado de fora do centro de detenção Casa de Justiça 431 Familiares de presos políticos aguardam do lado de fora do centro de detenção Casa de Justiça 431, em Caracas

Ao menos 93 indivíduos que haviam sido detidos durante os protestos na Venezuela, que se seguiram às eleições de julho, foram soltos neste sábado (16). A libertação ocorreu após o Ministério Público do país anunciar a revisão de 225 casos. Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, confirmou que “os presos políticos começaram a ser libertados desde o início da manhã” e indicou que esse número pode aumentar. As solturas estão sendo realizadas em três estabelecimentos prisionais: Crisalidas e Yare II, localizados no estado de Miranda, além de Tocorón, em Aragua.

Desde os protestos que se intensificaram após a reeleição de Nicolás Maduro, mais de 2.000 pessoas foram presas, incluindo 164 adolescentes, dos quais 64 ainda permanecem sob custódia. A revisão dos casos foi solicitada pelo próprio Maduro, que pediu a correção de processos que apresentavam “erros processuais”. O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, declarou que aqueles que não têm responsabilidade nos atos serão submetidos a uma nova análise de suas situações.

Conforme dados da Foro Penal, até a última quinta-feira (14), havia 1.976 presos políticos no país, um número alarmante que representa o maior registro do século 21 na Venezuela e em toda a América. A oposição, sob a liderança de María Corina Machado, denunciou que os detidos enfrentam condições desumanas e carecem de atendimento médico adequado.

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Na quinta-feira, um opositor chamado Jesús Manuel Martínez Medina faleceu enquanto estava sob custódia do governo. Com 36 anos, sua morte foi atribuída a problemas de saúde, e a família denunciou as condições inadequadas que ele enfrentou durante a detenção. María Corina Machado afirmou que ele “morreu pelas condições inumanas em que esteve sequestrado”, ressaltando a gravidade da situação dos presos políticos no país.

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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