Venezuela tem tumultos e saques a comércios após aumentos de preços
Saques a comércios da cidade de Cumanacoa, no norte da Venezuela, terminaram em violência na quarta-feira (22). Ao menos sete pessoas ficaram feridas, sendo uma delas baleada durante as ações, segundo o gabinete do autoproclamado presidente Juan Guaidó.
De acordo com informações do deputado Robert Alcalá os saques começaram após aumento de preço. O parlamentar ouviu relatos de que os moradores da cidade passam fome.
Segundo a Assembleia Nacional, a inflação interanual chega a 3,365%. O governo não publica regularmente indicadores econômicos. O Centro de Comunicação da Assembleia Nacional também afirmou que a crise se agravou com a pandemia do coronavírus.
No Twitter, Guaidó culpou o regime de Nicolás Maduro pela crise e disse que os chavistas “subestimaram o povo, crendo que a repressão e o medo podem conter o inevitável. Um governo de emergência nacional sem os usurpadores é urgente”, escreveu.
Guaidó pede um governo de emergência desde março, quando os Estados Unidos propuseram que ele e Maduro se afastassem do poder e permitissem novas eleições presidenciais na Venezuela. O chefe do regime chavista, porém, negou a proposta, que chamou de “aberração”.
Controle de preços
O presidente venezuelano Nicolás Maduro alertou na quarta-feira (22) que controles rígidos de preços dos bens, vigente há quase duas décadas, poderiam retornar após relaxamento adotado no ano passado.
Nas últimas semanas, os preços começaram a subir, em parte devido à escassez de gasolina e mais recentemente devido às sanções, que complicaram o transporte de produtos.
“Eu dei instruções precisas para lidar com a especulação, os setores da economia que não desejam cooperar com o país”, disse Maduro afirmando que “todos os mecanismos para regular e monitorar a produção, custos e os preços estão ativados”.
Ainda em março, o regime de Nicolás Maduro impôs quarentena para toda a Venezuela para evitar o espalhamento da covid-19. Levantamento da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, da quarta-feira (22) mostra 288 casos no país e dez mortes pela doença.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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