Viagens internacionais: Para quais países eu posso ir durante a pandemia da Covid-19?

Alguns destinos, apesar de não exigirem visto, pedem um comprovante de vacinação contra a doença; em outros, um teste PCR negativo basta

  • Por Camila Corsini
  • 01/08/2021 09h00
Divulgação Aeroporto Internacional Incheon Sul-coreana com mala de rodinhas em frente a esteira do Aeroporto Internacional de Incheon Para quem ainda não tem passaporte, a Polícia Federal continua emitindo normalmente o documento

Com o avanço da vacina no Brasil e no mundo, muitas fronteiras já estão liberando o acesso aos turistas. Alguns destinos, apesar de não exigirem visto, pedem um comprovante de vacinação contra a Covid- 19. Outros, apesar de não terem essa barreira sanitária (apenas exigem o exame PCR negativo), requerem autorização do consulado — e, por causa das restrições pandêmicas, esse processo pode estar mais lento. O visto, no entanto, não apresenta maiores restrições por causa da pandemia. Dos países consultados pela Jovem PanEstados Unidos, Canadá, Austrália e Japão —, nenhum deles fazia exigências quanto à vacinação na hora de liberar a autorização.

Para quem ainda não tem passaporte, a Polícia Federal continua emitindo-o normalmente: basta realizar o cadastro no site da PF, pagar a guia de R$ 257,25, agendar a ida ao posto presencial e, depois de alguns dias, retirar o documento. Já para entrar no Brasil, todos os viajantes com mais de 12 anos de idade, independentemente de nacionalidade, deverão apresentar, no momento do embarque, o teste RT-PCR negativo, realizado até 72 horas antes. O resultado pode ser apresentado em inglês, espanhol ou português, de um laboratório reconhecido pelas autoridades de saúde locais. Uma “Declaração de Saúde do Viajante” também deve ser preenchida. Agora, para quem quer ir para algum destino internacional, confira como está a situação das fronteiras dos principais destinos dos brasileiros.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, todos os passageiros com mais de 2 anos de idade devem apresentar um exame de Covid-19 negativo, feito até três dias antes da viagem. Como alternativa, os EUA também permitem que seja fornecida documentação de um provedor de saúde licenciado, comprovando que a pessoa se recuperou do coronavírus nos 90 dias antes da data de embarque. Além do teste ou documento, é preciso preencher um formulário com o status do teste. Para quem pretende voltar ao Brasil, o país pede apenas um teste PCR negativo. Vale lembrar que, por lá, está proibida a entrada de pessoas que estiveram no Brasil pelo menos 14 dias antes do embarque. Caso você precise viajar para os EUA, é necessário passar pelo menos duas semanas em algum país sem restrições locais. Esse é o caso, por exemplo, do México. O país não fechou as fronteiras para os brasileiros e também tem acesso legal ao EUA mediante apresentação de teste negativo para o coronavírus. Para mais informações, consulte o site oficial. 

Portugal

Quem pretende viajar para Portugal ainda vai precisar esperar mais um pouco. Os cidadãos brasileiros só podem entrar no país ao comprovar à companhia aérea, antes do embarque, que o motivo da viagem é essencial. Eis a lista de motivos essenciais: a trabalho, estudo, reunião familiar, por razões de saúde ou por razões humanitárias. Além disso, é necessário apresentar o exame PCR ou antígeno negativo, realizado entre 72 horas e 48 horas antes do embarque, com o conjunto de dados normalizados acordados pelo Comité de Segurança da Saúde da União Europeia. Esse teste antígeno, no entanto, deve constar na lista comum de testes rápidos no espaço comunitário, acordada pelo Comité de Segurança da Saúde da UE. Assim que chegar a Portugal, os passageiros devem cumprir isolamento de 14 dias, mesmo sem sintomas, em casa ou hotel — o endereço deve ser informado às autoridades de saúde. Essa medida vale para brasileiros que cheguem pelas fronteiras aéreas, terrestres ou marítimas ou por pessoas de qualquer destino que passaram pelo Brasil nos 14 dias anteriores. Só está livre do isolamento quem passar por Portugal por, no máximo, 48 horas — é preciso atestar a passagem de volta. Para mais informações, consulte o site oficial.

França

As regras para o ingresso no território francês variam de acordo com a situação vacinal do viajante e a situação sanitária do país de embarque. Quem já está totalmente vacinado deve apresentar um comprovante de vacinação e uma declaração solene garantindo não ter sintomas da Covid-19 e não ter tido contato com pessoas que testaram positivo para a doença. Porém, fique atento: a regra só vale para quem se vacinou completamente (duas doses ou dose única) com algum dos imunizantes reconhecidos pela Agência Europeia de Medicamentos. São eles: Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen. A CoronaVac, do Instituto Butantan, amplamente aplicada na população brasileira, apesar de reconhecida e validada pela OMS, ainda não integra esse grupo. Para a vacina Janssen, o esquema vacinal será considerado completo apenas 28 dias após a administração da dose única do imunizante.

Para as outras vacinas, o período mínimo exigido é de sete dias após a administração da segunda dose. Os viajantes vacinados não precisam cumprir quarentena ao chegar à França. Para quem ainda não foi vacinado, a situação é diferente. Se você ainda não recebeu a vacina, só pode entrar no país por algum motivo considerado imperioso. São eles: ser francês ou ter cônjuge ou filho de nacionalidade francesa; nacionais da União Europeia, Liechtenstein, Islândia, Noruega e Suíça que tenham residência principal na França; nacionais de países terceiros, incluindo o Brasil, que disponham de autorização de residência ou visto válido de longa duração, francês ou europeu, e tenham sua residência principal na França (válido somente para saídas do território europeu realizadas antes de 31 de janeiro de 2021 ou justificadas por motivo imperioso).

Também compõem essa lista: estrangeiros de países terceiros titulares de visto de longa duração para reunião familiar — inclusive de refugiados, beneficiários de proteção subsidiária e apátridas; funcionários dos setores de transporte terrestre, aéreo e marítimo ou prestadores de serviço de transporte de mercadorias, incluindo motoristas de qualquer veículo de transporte de mercadorias destinadas ao uso no território, bem como aqueles que estejam apenas em trânsito ou viajando na condição de passageiro para chegarem a sua base de partida ou completarem sua formação profissional; funcionários estrangeiros que estejam exercendo suas funções junto a uma missão diplomática ou consular ou em uma organização internacional com sede ou escritório na França.

Quem não for vacinado deve apresentar às autoridades de fiscalização um documento que comprove o motivo imperioso e um teste PCR ou de antígeno com resultado negativo e realizado menos de 48 horas antes do embarque. Além disso, os viajantes não vacinados deverão fazer obrigatoriamente uma quarentena logo após seu ingresso no território continental francês. Essa medida durará 10 dias e será acompanhada de restrições horárias para a saída do local de isolamento. Já os viajantes vacinados não deverão cumprir quarentena ao chegar na França. Para mais informações, consulte o site oficial.

Inglaterra

Na Inglaterra, os outros países estão divididos em listas: verde, laranja/âmbar e vermelha. Ou seja, a situação da fronteira depende do seu país de origem. No caso do Brasil, que integra a lista vermelha, as regras são mais rígidas. Para embarcar, é necessário apresentar um teste PCR negativo feito entre as últimas 72 horas. Após a chegada, devem ser feito mais dois testes (no segundo e oitavo dia de isolamento). Afinal, a quarentena por lá é obrigatória em um hotel escolhido ou conveniado com o governo — que deve ser informado para controle. Apesar da exigência, quem arca com os custos de reserva e estadia por dez dias é o próprio passageiro e o curso é de 1.750 euros (uma pessoa) ou 2.400 euros (casal). Em reais, algo em torno de R$ 12,5 mil e R$ 17 mil. Vale lembrar que a regra sempre vale em relação ao país em que você esteve nos últimos dez dias. Um brasileiro pode, por exemplo, fazer uma escala em um território que integra a lista verde e, depois, se dirigir à Inglaterra. Para mais informações, consulte o site oficial.

Espanha

A Espanha é mais um país com regras rígidas para quem quer entrar no país. Por lá, viagens internacionais não estão permitidas e muitos voos estão suspensos. A maioria ainda deve apresentar um teste RT-PCR negativo para embarcar, realizado até 72 horas antes da viagem, com exceção dos que já completaram o ciclo vacinal com algum imunizante já aprovado pela União Europeia e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Quem já teve Covid-19 também pode apresentar um teste comprovando a contaminação nos últimos 180 dias com o resultado em inglês, espanhol, francês ou alemão. Para mais informações, consulte o site oficial. 

Qatar

O país sede da Copa do Mundo de 2022, que acontece no ano que vem, também tem restrições para brasileiros, pelo menos por enquanto. O Qatar também dividiu outras nações em listas e não está recebendo turistas — apenas o retorno de residentes permanentes ou de países membros do Conselho de Cooperação do Golfo. Todos os viajantes deverão apresentar, no momento do embarque, o teste RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes. Viajantes já vacinados com duas doses ou dose única, com certificado internacional válido, estão isentos de cumprir quarentena. A última dose deve ser tomada pelo menos 14 dias antes do embarque. O imunizante, porém, deve ser um dos reconhecidos no Qatar: Pfizer, Moderna, AstraZeneca ou Janssen. Do contrário, uma quarentena em hotel deve ser feita por pelo menos cinco dias, a depender do local de origem. Para quem tenta entrar de um país da lista vermelha, como é o caso do Brasil, a quarentena é de dez dias. Um formulário de registro de viagem também deve ser preenchido pelo menos 12 horas antes da partida. Para mais informações, consulte o site oficial. 

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