Vice-chanceler da Áustria renuncia por escândalo de troca de favores

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2019 10h13
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EFE/EPA/FLORIAN WIESER Heinz-Christian Strache era vice-chanceler da Áustria

O vice-chanceler da Áustria e líder dos ultranacionalistas, Heinz-Christian Strache, renunciou neste sábado (18) após a divulgação de um vídeo no qual se mostra disposto a aceitar ajudas financeiras russas em troca de favores e contratos estatais.

“Hoje tive uma reunião com o chanceler federal [Sebastian Kurz] e lhe ofereci minha demissão, que ele aceitou”, declarou Strache em entrevista coletiva em Viena. Além disso, ele afirmou que também deixa a chefia do ultradireitista Partido Liberal (FPÖ).

Strache admitiu ter cometido um “erro” e disse que abandonava o cargo para evitar a queda do governo formado pela sua legenda e o Partido Popular (ÖVP) de Kurz.

No vídeo, gravado em julho de 2017 e divulgado nesta sexta-feira (17) por dois meios de comunicação alemães, Strache é visto em uma mansão em Ibiza prometendo a uma suposta magnata russa contratos públicos e ajuda para comprar o “Kronenzeitung”, o jornal mais influente da Áustria, em troca de doações milionárias para seu partido.

Poucos meses depois, em outubro do mesmo ano, o FPÖ obteve 26% dos votos nas eleições legislativas e em dezembro chegou ao poder em aliança com a legenda de Kurz.

Strache atribuiu a filmagem e a divulgação das imagens a “uma campanha de desinformação suja”, e disse que caiu em uma armadilha quando foi convidado a um jantar em um local que tinha sido previamente preparado com escutas e câmeras escondidas.

Ainda que tenha reconhecido que se comportou “como um adolescente”, com a “língua frouxa” pelo álcool e cometeu assim um “erro” e uma “idiotice”, assegurou que não fez nada ilegal e que dará os passos necessários para levar à Justiça os responsáveis pela gravação de seu encontro privado.

Pouco depois da declaração do ultranacionalista, o chefe do grupo parlamentar do FPÖ, Johann Gudenus, que aparece no vídeo junto com Strache, anunciou que também se afastaria de todos os cargos políticos.

*Com EFE

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