Zelensky volta a pedir reunião com Putin e se propõe a entregar Crimeia e Donbass

Em entrevista a TV estatal, o presidente ucraniano falou que um encontro direto é a única forma de cessar-fogo e evitar a Terceira Guerra Mundial

  • 22/03/2022 15h41
HANDOUT / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP - 15/03/2022 Zelensky Zelensky diz que encontro direto com Putin é a única forma de evitar a Terceira Guerra Mundial

Volodymyr Zelensky voltou a pedir uma reunião direta com Vladimir Putin para chegarem a um cessar-fogo. Em entrevista exibida nesta terça-feira, 22, pela TV estatal ucraniana, ele disse estar disposto a “discutir todas as questões detalhadamente”, incluindo a entrega da região da Crimeia e Donbass, regiões pró-Rússia que foram tomadas por Putin. “Se eu tiver essa oportunidade e a Rússia tiver o desejo, passaremos por todas as perguntas”, disse Zelensky a jornalistas. O reconhecimento da independência das regiões separatistas e a aceitação da Ucrânia da anexação da Crimeia, são algumas das exigências do Kremlin para acabar com a guerra que acontece desde o dia 24 de fevereiro e já está prestes a completar um mês.

De acordo com Zelensky, uma reunião com Putin seria a única forma de chegar a um cessar-fogo e evitar uma Terceira Guerra Mundial. O presidente ucraniano também disse estar disposto a realizar qualquer tipo de encontro com o líder russo. “Acho que temos que usar qualquer formato, qualquer chance para ter uma possibilidade de negociação, possibilidade de falar com Putin. Mas se essas tentativas falharem, isso significaria que esta é uma Terceira Guerra Mundial”, declarou. Apesar de ter sinalizado estar disposto a negociar o status das três áreas – Crimeia, Donetsk e Luhansk -, Zelensky insistiu que todas elas fazem parte da Ucrânia e que o país não vai se render. Na segunda-feira, 21, o presidente da Ucrânia declarou que seu país não irá ceder às ameaças e ultimatos do Kremlin durante a invasão russa, e que para isso acontecer “primeiro terão que destruir a todos nós, só então seus ultimatos serão respeitados”. Entretanto, também disse que “sem negociações não conseguiremos dar fim à guerra”.

As negociações entre Rússia e Ucrânia deram uma estagnadas desde a semana passada quando representantes dos dois países se reuniram para a quarta rodada. Mikhailo Podoliak, negociador da Ucrânia, informou por meio de um tuíte que era um processo muito difícil e viscoso, pois existiam contradições fundamentais, mas que “certamente há espaço para concessões”. Segundo uma reportagem publicada na quarta-feira, 16, pelo Financial Times, uma minuta com 15 pontos, incluindo a retirada das tropas russas dos territórios ucranianos, a adoção de um posicionamento de neutralidade por Kiev e limites para a atuação de suas Forças Armadas, já tinha sido rascunhado. Nenhum dos lados confirmou as informações. Entretanto, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse em entrevista ao jornal turco Hurriyet Cavusoglu no domingo, 20, que Rússia e Ucrânia estão perto de um acordo sobre questões-chave que podem levar a um cessar-fogo em breve.

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