Zika poderia causar abortos até em mulheres sem sintomas, diz estudo

  • Por Agência EFE
  • 02/07/2018 13h56
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EFE EFE Até agora, os estudos sobre esse vírus só tinham analisado os abortos e as mortes fetais que ocorriam em mulheres com sintomas

Um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista “Nature Medicine” concluiu que vírus da zika poderia causar abortos espontâneos também em mulheres que nunca apresentaram sintomas da doença.

Pesquisadores dos Estados Unidos fizeram um experimento com 50 primatas, entre eles macacos rhesus, e descobriram que “26% dos primatas não humanos perderam as suas gestações, apesar de não apresentar sintomas” de infecção.

Isto fez com que os autores concluíssem que pode existir muito mais gente que perdeu o feto por causa desse vírus, que é transmitido pela picada de mosquito ou através de relações sexuais, do que se pensava. No experimento, foi analisada a evolução de primatas não humanos que tinham sido infectados com o vírus nos primeiros estágios da gravidez e que não apresentavam sintomas da doença, que podem ser febre, brotoejas, dor de cabeça, dor muscular, e conjuntivite.

“Esta é a primeira vez que conseguimos demonstrar categoricamente que os abortos espontâneos (antes das 20 semanas de gestação) e as mortes fetais intrauterinas (depois desse período) relacionadas à zika ocorrem em primatas não humanos sem sintomas. Examinar este grande assunto nos servirá para entender melhor como o vírus da zika prejudica a placenta e estudar como prevenir o trágico fim da gravidez que ela pode causar”, afirmou na revista Daniel Streblow, do Instituto de Tratamento de Genética e Vacinação do Centro Nacional de Pesquisas Primatas do Oregon.

Até agora, os estudos sobre esse vírus só tinham analisado os abortos e as mortes fetais que ocorriam em mulheres com sintomas. Assim, uma pesquisa recente com mulheres que sabiam que estavam infectadas comprovou que 5,8% teve aborto espontâneo e 1,6% teve morte fetal intrauterina.

Entre os centros de investigação de primatas que participaram desta pesquisa conjunta estão os da Universidade da Califórnia, o Instituto de Pesquisa Biomédica do Texas, a Universidade de Wisconsin e a Universidade de Washington.

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