Munique se declara “transbordada” perante a chegada de milhares de refugiados

  • Por Agência EFE
  • 12/09/2015 18h19
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Refugiados chegam de trem a Düsseldorf EFE/ MAJA HITJI Refugiados chegam de trem a Düsseldorf

A cidade de Munique, no sul da Alemanha, se declarou neste sábado “transbordada” e sem camas suficientes perante a chegada de milhares de refugiados nas últimas horas e a previsão que continuem os fluxos migratórios da Áustria todo o fim de semana.

“Já não sabemos o que podemos fazer com os refugiados”, declarou à imprensa o prefeito da capital da Baviera, o social-democrata Dieter Reiter, que pediu aos outros estados federados que assumam também sua responsabilidade.

As autoridades locais estimam que chegarão hoje a Munique cerca de 10.000 novos solicitantes de asilo, já que, nas últimas horas, a estação central já tinha registrado 3.600 entradas, um novo recorde.

A capital da Baviera, a primeira grande cidade alemã que há semanas os refugiados encontram em sua rota dos Bálcãs e da Hungria por sua proximidade à fronteira com a Áustria, preparou 5.200 vagas de emergência para alojar os recém chegados, mas essas já não são suficientes.

Segundo estimativas realizadas ontem pelo ministro de Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, espera-se que este fim de semana a Alemanha receba 40.000 novos solicitantes de asilo.

Vários ministros regionais de Interior anteciparam que seus territórios já estão saturados.

“Podem vir aqui se desejarem para saber o que significa estar no limite”, declarou o prefeito de Munique, que apelou à chanceler alemã, Angela Merkel, e aos demais estados federados para não deixar a Baviera sozinha.

De Berlim, em um ato de seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), Merkel garantiu a cooperação do Estado com as autoridades regionais e locais, convocadas para uma cúpula em 24 de setembro para aprovar novas iniciativas para fazer frente à situação.

De acordo com as últimas previsões do governo federal, este ano a Alemanha poderia receber 800.000 refugiados, frente aos 200.000 do ano passado.

Merkel voltou a pedir hoje a solidariedade europeia e a responsabilidade de todos os parceiros comunitários para dividir a carga, aceitar as cotas e não deixar ninguém sem proteção.

Perante as críticas recebidas do governo da Baviera, liderado pela conservadora CSU, partido irmão da CDU de Merkel e parceiro na grande coalizão de Berlim, a chanceler defendeu sua decisão de abrir as fronteiras no fim de semana passado perante a situação de emergência existente.

Enquanto continuam os esforços das autoridades e de inumeráveis organizações e voluntários para receber os que chegam em trem ou em carro a solo bávaro, o vizinho estado da Renânia do Norte-Westfália se ofereceu a receber 1.500 pessoas, que viajaram hoje mesmo.

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