Musharraf é dispensando de participar de seu julgamento por traição
Nova Délhi, 6 jan (EFE).- O ex-presidente do Paquistão Pervez Musharraf foi dispensado nesta segunda-feira de se apresentar no tribunal onde está sendo julgado por traição devido aos problemas de saúde que sofre desde semana passada, informaram fontes judiciais.
O tribunal anunciou a decisão depois que Musharraf, de 70 anos, foi internado na semana passada em um hospital após sentir uma dor no peito quando se dirigia à sessão, de acordo com o jornal local “The Express Tribune”.
“O mundo sabe que Musharraf não se encontra bem”, afirmou Anwar Mansur, que lidera a equipe que defende o ex-general.
O promotor do caso, Akram Sheikh, afirmou que Musharraf se “oculta” no hospital e que antes de adoecer evitou comparecer ao julgamento quando foram encontrados por três ocasiões explosivos nas proximidades de sua residência.
O juiz do Tribunal Superior de Islamabad, Shaukat Aziz Siddiqi, rejeitou hoje um pedido para proibir o ex-presidente de deixar o Paquistão para receber tratamento médico, segundo o jornal local “Dawn”.
Apesar disso, o ex-general não pode sair do país sem permissão da justiça. Musharraf é acusado de traição, delito punido com a pena de morte ou prisão perpétua no Paquistão, por impor o estado de emergência em 2007, denúncia feita pelo governo perante a Suprema Corte.
O ex-militar impôs em novembro de 2007 o estado de emergência no país, suspendeu a Constituição e o Parlamento e ordenou a detenção de 60 juízes, fatos que segundo o Ministério do Interior significam traição de acordo com o artigo 6 da Carta Magna paquistanesa.
Musharraf chegou ao poder em 12 de outubro de 1999 após dar um golpe de Estado contra o então primeiro-ministro Nawaz Sharif, que ganhou as eleições em maio deste ano e é de novo chefe do governo do Paquistão.
Após largar a chefia do exército em 2007, o ex-general tentou se tornar presidente civil do país mas seu regime foi derrubado pela pressão de alguns setores políticos e, sobretudo, do judiciário.
Musharraf, o único dos quatro ditadores militares do Paquistão que foi acusado formalmente em um tribunal e detido, retornou ao Paquistão em março após um auto-exílio de quatro anos para participar das eleições. EFE
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