Na ONU, primeiro-ministro da Ucrânia denuncia “agressão militar” russa
Nações Unidas, 13 mar (EFE).- O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, denunciou nesta quinta-feira no Conselho de Segurança da ONU uma “agressão militar” russa contra seu país, mas insistiu que seu governo está disposto ao diálogo para resolver a crise.
“Meu país sofreu uma agressão militar por parte de um país vizinho, que é um membro permanente” do Conselho que violou a Carta da ONU, afirmou Yatseniuk em discurso na reunião do órgão das Nações Unidas.
O primeiro-ministro disse acreditar que há uma “oportunidade de resolver este conflito de forma pacífica”, e para este fim pediu o retorno das tropas russas a suas bases.
Yatseniuk ressaltou que “esta agressão não tem razão nem motivo”, e considerou “absolutamente inaceitável” que no século XXI disputas sejam resolvidas “com tanques, artilharia e forças de terra”.
O político também lembrou que em 1994 seu país renunciou a seu arsenal nuclear, que tinha herdado da extinta União Soviética e então era o terceiro maior do mundo, e com o chamado Memorando de Budapeste (um de cujos signatários foi Rússia) foi garantida a independência e a soberania nacional da Ucrânia.
Por isso, Yatseniuk advertiu que, se não for respeitado agora esse acordo, “será muito difícil convencer alguém a não ter armas nucleares”, o que “enfraqueceria” todo o sistema internacional de não-proliferação. E segundo ele, isso faz com que a atual crise seja muito maior que um conflito regional, por ir “além das fronteiras da Ucrânia”.
Yatseniuk reiterou que o governo ucraniano “foi totalmente claro” em sua disposição de dialogar com a Rússia, que até agora “violou todos os tratados e acordos” seu país.
O primeiro-ministro, que também se pronunciou em russo ao embaixador de Moscou, Vitaly Churkin, lembrou que esta é a sexta vez que o Conselho de Segurança discute esta crise em duas semanas. EFE
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