Nacionalistas turcos atacam curdos e opositores após ataques do PKK

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2015 21h40

Ancara, 8 set (EFE).- Milhares de nacionalistas turcos saíram às ruas em várias cidades da Turquia nesta terça-feira para protestar contra os ataques da guerrilha curda, que desde o domingo causaram mais de 30 mortes, e para atacar símbolos curdos e da oposição de esquerda.

Em Ancara, os manifestantes atacaram a sede central do partido da esquerda pró-curda HDP, quebraram várias janelas do edifício e o incendiaram, mas os bombeiros conseguiram apagar o fogo a tempo, segundo o jornal “Hürriyet”.

Cerca de 5.000 nacionalistas tentaram também entrar em uma rua do centro de Ancara onde se encontraram várias livrarias e cafeterias frequentadas por militantes de esquerda, mas a polícia abortou a tentativa lançando gás lacrimogêneo.

O próprio jornal “Hürriyet” sofreu um ataque, o segundo em dois dias, contra sua redação em Istambul, onde os manifestantes quebraram várias janelas, entoando cânticos religiosos e disparando armas de fogo, e sem que a polícia praticasse detenções, de acordo com o site da publicação.

Em várias cidades do oeste da Turquia a multidão na rua atacou sedes do HDP e, em alguns casos, também do social-democrata CHP, o maior partido da oposição.

Em Kirsehir, no centro da Anatólia, os nacionalistas incendiaram uma livraria de orientação esquerdista e espancaram o dono e seu tio, membro do HDP, que tiveram que ser hospitalizados com fraturas.

Vários jornalistas e analistas advertiram contra os perigos destes protestos durante programas televisivos e fizeram um pedido ao presidente, Recep Tayyip Erdogan, e a outros políticos, para dar a cara e acalmar a situação.

O primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, prometeu em mensagem através de sua conta oficial no Twitter que a polícia e a Justiça lutariam contra o terrorismo, em referência ao Partido de Trabalhadores de Curdistão (PKK).

O ataque mais recente do PKK, realizado na tarde de hoje com uma bomba detonada à distância na província de Mardin, deixou um policial morto e três feridos.

O mesmo método também foi empregado no ataque desta manhã, que fez 14 vítimas na província de Igdir, e na emboscada de domingo, que matou 16 militares em Hakkari. EFE

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