Nações ricas mantêm impasse sobre eliminação de subsídios ao carvão

  • Por Reuters
  • 12/06/2015 14h34
El Hag Mohamed, de 70 anos, mostra mão suja de carvão em fábrica perto do Cairo. 07/05/2015 REUTERS/Amr Abdallah Dalsh REUTERS/Amr Abdallah Dalsh El Hag Mohamed

As conversações sobre a eliminação de uma forma de subsídio ao carvão terminaram em impasse porque o Japão, o país que mais recorre a esse mecanismo, liderou os pedidos por mais tempo, contrariando o compromisso feito esta semana pelo G7 sobre a redução do apoio financeiro aos combustíveis fósseis, disseram fontes.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), sediada em Paris, vem tentando há um ano chegar a um acordo com seus 34 países membros para a eliminação de créditos à exportação de carvão, o mais poluente dos combustíveis fósseis. Fontes próximas às conversações, falando sob condição de anonimato, disseram que as nações iriam rever a situação em meados do ano, antes das novas conversações, marcadas para setembro.

Um porta-voz da OCDE, que pediu que não fosse identificado, confirmou que o comitê de crédito à exportação planeja se reunir em setembro para aprofundar o debate sobre como “créditos à exportação podem contribuir para o nosso objetivo comum de enfrentar a mudança climática”.

A pressão para um acordo é forte, como também a oposição, especialmente do Japão, o maior usuário de subsídios que ajudam empresas como a Toshiba a vender tecnologia de mineração e carvão no exterior.

A França, que no final deste ano será a anfitriã das negociações sobre o clima da ONU, está pressionando por critérios rigorosos, enquanto os líderes do G7, grupo que reúne as principais democracias industriais do mundo, apoiou na segunda-feira uma meta de limitar o aumento médio da temperatura global a 2 graus Celsius.

Os líderes do G7 se comprometeram a eliminar os “subsídios ineficientes para combustíveis fósseis” e buscar o “progresso contínuo nas conversações da OCDE sobre como créditos à exportação podem contribuir para o nosso objetivo comum de enfrentar a mudança climática”. Mas isso pode ser interpretado como uma forma de permitir que os créditos à exportação continuem de alguma maneira.

(Por Barbara Lewis. Reportagem adicional de Caroline Copley em Berlim, Susanna Twidale em Londres e Michel Rose em Paris)

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