Não adianta voluntarismo por crescimento, diz ex-diretor do Banco Central

  • Por Jovem Pan
  • 15/09/2014 18h23
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 29-04-2013: O ex-presidente do Banco do Brasil, Gustavo Loyola, durante a pré-estreia do documentário "O Brasil Deu Certo. E Agora?", idealizado pelo ex-ministro Maílson da Nóbrega, realizado no Espaço Itaú Frei Caneca, em São Paulo (SP) (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress) Zanone Fraissat/Folhapress Gustavo Loyola

Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e diretor da Tendências Consultoria, falou a Denise Campos de Toledo sobre as perspectivas econômicas para o ano que vem, a importância do Banco Central e o debate político que o envolve.

“O BC está numa posição bastante difícil nesse momento porque, além de a inflação estar acima da meta, o crescimento econômico não ajuda”, disse. Para Loyola, deve-se buscar (a meta de ) 4,5% num período razoável de tempo. “Poucos acreditam que o BC vai trazer a inflação para baixo nesse período de tempo (até 2016)”, lamentou.

“Infelizmente esse debate tem sido distorcido nos reclames eleitorais, mas é um debate importante e que diz respeito ao futuro do País: País com inflação elevada não pode apresentar um crescimento econômico sustentável”, avaliou o economista.

“No curto prazo, muitas vezes esse combate à inflação provoca efeitos colaterais negativos à atividade econômica”, projetou. “A experiência brasileira recente mostra que não adianta o voluntarismo na política fiscal ou monetária para trazer o crescimento.”

“A política fiscal tem realmente sido lamentável (…); piorou muito nos últimos anos”, mediu também Loyola. O ex-diretor do BC critica, além do aumento dos gastos, a perda de transparência da política econômica do Governo, citando o “uso e abuso” da contabilidade criativa.

“As perspectivas para 2015 também são muito ruins”, concluiu.

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