“Não chatageamos ninguém, como fazem os EUA”, diz chanceler da Rússia
Moscou, 25 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta sexta-feira em Moscou que “a Rússia, ao contrário dos Estados Unidos, não chantageia nem ameaça os países que não partilham de sua política externa”.
“Não obrigamos ninguém, não chantageamos ninguém com ameaças de cortar ajudas se não votar como se deve. É o que fazem os americanos quando recolhem votos por todo o mundo”, comentou Lavrov a respeito da votação na Assembleia-Geral da ONU da resolução sobre a Ucrânia.
Cem países apoiaram no final de março a resolução da ONU que negou validade ao referendo realizado na Crimeia e que abriu as portas para a incorporação da península à Rússia.
“Contam-nos os métodos com que os americanos trabalham com Estados das mais diversas regiões. Não são nossos métodos. Não vamos chantagear nem ameaçar, somos gente respeitosa”, manifestou o chefe da diplomacia russa.
Durante o fórum de jovens diplomatas da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que reúne a maioria das antigas repúblicas soviéticas, Lavrov disse entender os motivos que levaram à abstenção a alguns membros do clube pós-soviético.
“Votaram conosco (contra a resolução) Belarus e Armênia. Outros parceiros e aliados nossos se abstiveram ou não participaram da votação. Entendemos seus motivos, mas achamos que seria importante que agíssemos todos em uníssono”, opinou.
Por outro lado, o ministro disse sentir vergonha de alguns políticos russos que manifestaram exigências territoriais à vizinha república do Cazaquistão (membro da CEI), onde, da mesma forma que na Crimeia, vivem muitos russos étnicos.
“Sinto vergonha por essas declarações. As considero inaceitáveis”, disse Lavrov, que lembrou que segundo as leis russas “só o presidente, o primeiro-ministro e o ministro das Relações Exteriores” podem se pronunciar sobre estes assuntos.
O titular das Relações Exteriores ressaltou que o da Crimeia “é um caso especial”, já que se trata de “uma terra russa, na qual se derramou muito sangue russo”.
“Os crimeanos foram levados ao desespero e não viram outra saída além da reunificação com a Rússia para salvar os povos que vivem na Crimeia. Não houve nem pôde haver planos para incorporar a Crimeia”, concluiu Lavrov. EFE
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