“Não faltarão recursos para combater esse surto”, garante ministro sobre microcefalia

  • Por Jovem Pan
  • 05/12/2015 09h12

O casal Genésio Oliveira e Joseana Oliveira Ricardo B. Labastier/ JC Imagem/Folhapress O casal Genésio Oliveira e Joseana Oliveira

A relação entre o vírus zika e a microcefalia, confirmada pelo Ministério da Saúde há uma semana, alcançou números preocupantes no Brasil. Cerca de 1.248 casos foram confirmados apenas em 2015 no País. O Estado com mais casos da doença concentram-se em Pernambuco, com 646 notificações.

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou que a pasta está articulada com os governos estaduais e municipais e que todas as providências serão tomadas para conter o surto da doença. “Não faltarão recursos para combater esse surto epidêmico que estamos vivendo. Não podem faltar recursos”, declarou.

“É preciso relatar que isso é a primeira vez que ocorre na história da humanidade. Não temos bibliografia a respeito. É a primeira vez que é feita essa associação entre microcefalia e a doença zika”, disse.

Assim como a dengue e a chikungunya, o zika vírus também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypty, que já é combatido no País, principalmente em épocas mais quentes do ano. No entanto, o ministro lamentou a falta de prevenção no combate ao mosquito.

“Confesso, honestamente, que temos 30 anos de combate ao Aedes aegipty. Acho que nesses 30 anos houve uma certa tolerância. Não foi feita uma campanha tão efetiva quanto mereceria ter sido feita”, revelou. Para ele, a campanha agora dependerá da mobilização da população para exterminar todos os potenciais criadouros de mosquitos: “qualquer água parada é um potencial criadouro”.

Com mais casos registrados da microcefalia, o Estado de Pernambuco receberá, neste sábado (05), a presidente Dilma e o ministro da Saúde para iniciar a campanha contra o mosquito. Ocorrerá uma união entre o Governo, Estado e municípios para reafirmar o combate.

“A presidente Dilma está 100% envolvida nessas operações. Ela vai pessoalmente à Recife para desencadear o combate ao mosquito. Não há como não se tratar isso com a gravidade que tem”, disse Marcelo Castro. Ele reiterou ainda a ajuda da população, que será essencial na campanha. “A Defesa Civil estará envolvida, agentes de endemias, agentes comunitários de saúde e a população. Temos que mobilizar a população brasileira. Ela precisa entender a gravidade. Só sua mobilização nos dará uma garantia maior no combate ao mosquito Aedes aegipty”, completou.

São Paulo tem sua 1ª suspeita de microcefalia por zika

O Estado de São Paulo registoru o primeiro caso suspeito da doença relacionada ao zika, cuja transmissão supostamente ocorreu dentro do território paulista. A suspeita deu-se após a gestante relatar que não tinha histórico d eviagem para o Nordeste ou outros Estados atingidos pela doença.

A criança nasceu há cerca de um mês, em uma maternidade de Guarulhos, com perímetro cefálico de cerca de 28 centímetros. Avaliado por uma equipe do Hospital São Paulo, foram verficados indícios da microcefalia relacionada ao zika.

Antes deste caso, São Paulo só apresentou casos da doença associados ao zika em crianças cujas mães passaram por cidades da região Nordeste do País. Foram dois casos do tipo na capital paulista.

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