Não há muito espaço para dólar subir mais, avalia economista e ex-BNDES
O ajuste da economia brasileira já está sendo feito, o aumento do dólar incentiva a indústria nacional e o mercado já entendeu que o câmbio não deve subir muito mais a favor da moeda brasileira, avalia Luís Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES.
“A mudança na taxa de câmbio recolocou a indústria brasileira numa rota de competitividade”, comemorou Barros, explicando que até quem usa muita importação vai começar a procurar produtos nacionais, aumentado sua demanda.
“O (relatório) Focus hoje já mostrou que o mercado entendeu que não tem muito mais espaço para subir (o dólar)”, avalia ainda o economista. O documento divulgado pelo Banco Central que compila a expectativa do empresariado em relação ao futuro da economia manteve o dólar a R$ 4 na previsão para 2016. Para este ano, após semana turbulenta no câmbio, a expectativa da cotação do dolar subiu de R$ 3,86 para R$ 3,95.
O mercado está “mais calminho com o dólar para frente”, diz.
Apesar disso, pelo mercado de câmbio no Brasil ser “um dos mais complexos do mundo emergente”, Barros entende que “é muito fácil especulador operar o dólar virtual, não o dólar real”.
Mesmo com o otimismo em relação ao dólar, o ex-BNDES opina que “a questão fiscal no Brasil será tratada pelo próximo governo” e a presidente Dilma não tem a “menor condição” de fazê-lo.
Para Barros, a crise econômica foi criada a partir “excesso de consumo, excesso de crédito, excesso de gasto fiscal por muitos anos”. A terapia seria, portanto, manter “a falta de crédito e falta de capacidade de consumo da sociedade”.
Entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan dada a Denise Campos de Toledo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.