Não violou lei internacional, diz embaixador brasileiro sobre fuzilamento na Indonésia

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2015 09h05

Rodrigo Gularte deve ser executado hoje por tráfico de drogas

Reprodução Rodrigo Gularte

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan desta quarta-feira (29), o embaixador e ex-ministro da fazenda de FHC durante a implantação do Plano Real, Rubens Ricúpero, analisou o fuzilamento do brasileiro Rodrigo Gularte na Indonésia. “Por mais que essa ação da indonésia nos provoque revolta, não violou nenhuma lei internacional”, ponderou.

Gularte foi preso há 11 anos e condenado à pena de morte por tráfico de drogas. Um exame médico constatou que ele sofria de esquizofrenia, mas o governo indonésio não aceitou o laudo. Ricúpero destacou que, “com base nisso, o governo pode e deve levantar essa questão aos organismos internacionais, sobretudo no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas”, do qual a Indonésia também faz parte.

No entanto, o embaixador advertiu que esse protesto deve ter limite porque hoje não existe proibição universal desse tipo de condenação. “A resposta brasileira deve ser forte, deve ser veemente, mas não pode em si mesma acabar criando um problema para o próprio Brasil”, e completou fazendo referência ao episódio em que a Dilma descumpriu o protocolo diplomático, “não creio que se deva ir à ruptura de relação, como seria se recusar a reconhecer as credenciais do embaixador”. Na ocasião, a presidente mostrava discordância com a execução de outro brasileiro no país condenado também por tráfico de drogas.

O embaixador acredita também que o governo brasileiro agiu da forma necessária. “Houve se não me engano sete cartas que foram dirigidas ao governo da indonésia em diversos momentos, apelos do mais alto nível. Portanto, creio que a resposta não poderia ser maior nem em quantidade nem em tom da resposta, que foi muito forte do nosso ponto de vista”, considerou.

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