Negociadores colombianos viajam à Cuba com novas esperanças e interlocutor

Bogotá, 22 jul (EFE).- Os negociadores de paz do governo colombiano viajam nesta quarta-feira para Cuba para uma nova etapa no processo de diálogo com as Farc, que estará marcada pela mudança de alguns membros da delegação rebelde e as renovadas esperanças com o cessar-fogo unilateral que a guerrilha iniciou na segunda-feira.

Liderados pelo chefe da delegação, Humberto de la Calle, o grupo partirá da base militar de Catam, em Bogotá, para retomar os diálogos que a partir de agora não terão ciclos, como foi anunciado no último dia 12.

Para acelerar as negociações, as equipes trabalharão sem interrupções nos dois pontos que faltam, sobre as vítimas e o desarmamento e desmobilização de guerrilheiros.

O tempo é peça-chave neste momento porque resta ao processo apenas quatro meses, até novembro, para produzir avanços concretos; a partir desse ponto, o presidente Juan Manuel Santos avaliará os resultados obtidos para decidir se continua os diálogos ou não.

Os negociadores partem sabendo que estão prestes a iniciar o “momento definitivo”, como definiu o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, que, no entanto, estará marcado pela esperança do cessar-fogo unilateral que as Farc iniciaram na segunda-feira.

A medida procura reduzir a intensidade do conflito para facilitar mais as negociações, ofuscadas nos últimos dois meses pela ofensiva militar do governo e pelas 372 ações armadas que, segundo analistas, a guerrilha cometeu após encerrar, em 22 de maio, a trégua unilateral anterior, que durou cinco meses.

Fica a dúvida de quanto durará este novo cessar-fogo, que segundo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se estenderá por um mês, mas que Santos afirmou que duraria até novembro.

De la Calle e sua equipe encontrarão novos membros na delegação das Farc, que trocou nos últimos dois dias 17 membros de sua delegação.

A “rotação”, como anunciou o escritório do Alto Comissariado para a Paz, não afeta nenhum membro do Secretariado, principal órgão das Farc, apesar de até o momento não terem sido revelados detalhes sobre quem são os novos negociadores da guerrilha ou a identidade dos substituídos. Cada delegação pode ter até 30 membros.EFE