Netanyahu demite dois ministros e pedirá dissolução do parlamento de Israel
Jerusalém, 2 dez (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou nesta terça-feira a demissão dos ministros de Finanças, Yair Lapid, e de Justiça, Tzipi Livni, por sua “oposição” à política do governo, informou seu escritório em comunicado no qual acrescenta que também pedirá a dissolução do parlamento.
“Nas últimas semanas, principalmente na última jornada, os ministros Lapid e Livni atacaram duramente o governo que dirijo. Não tolerarei mais oposição dentro de meu governo, nem ministros que atacam a política do governo nem quem o dirige”, argumentou Netanyahu.
A nota acrescenta que pedirá ao parlamento que aprove sua dissolução e a convocação de eleições antecipadas “o mais rápido possível”, em uma decisão que põe fim à grave crise de governo que aflige o país há meses.
A demissão, que entrará em vigor 48 horas após a entrega da notificação aos dois dirigentes, representa o final de fato da coalizão que governa Israel desde o início de 2013, já que o governo perderá a maioria de 68 deputados (de um total de 120) que tinha no parlamento.
Legalmente, a coalizão segue valendo porque nenhuma parte quebrou formalmente os acordos nem Netanyahu demitiu os outros ministros do partido Yesh Atid.
A legenda Hatenuá, dirigida por Livni, tinha apenas um ministro desde que o segundo, o ex-dirigente sindicalista Amir Peretz, renunciou no mês passado.
A coalizão de Netanyahu vive turbulência desde antes da última ofensiva em Gaza, entre julho e agosto, mas se ventilava a possibilidade que poderia convencer os dois partidos ultra-ortodoxos a somar-se a seu governo para substituir os 19 deputados do Yesh Atid.
Arieh Deri, líder do mais numeroso desses partidos, o sefardita Shas, anunciou nesta manhã que não fará nenhum pacto sem antes participar de eleições, bloqueando qualquer possibilidade de que o governo israelense consiga aprovar o orçamento geral do Estado em dezembro.
Sem eles, a lei estipula a dissolução automática do Executivo nacional.
Todos os políticos concordam em destacar os danos da antecipação das eleições menos de dois anos depois das anteriores, mas asseguram que as diferenças eram insolúveis.
Nesta tarde, o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, tinha garantido que a antecipação das eleições é “um fato consumado” depois do “fracasso” da reunião de ontem entre o primeiro-ministro e o titular de Finanças.
“As eleições são um fato consumado, é preciso convocá-las o mais rápido possível”, disse Lieberman em entrevista coletiva na qual explicou que o atual Executivo nacional israelense chegou ao final de sua vida. EFE
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