Netanyahu diz que Abbas fez paz com Hamas ao invés de com Israel
Jerusalém, 23 abr (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ao invés de fazer a paz com Israel, procura se reconciliar com o grupo islamita Hamas.
“Estamos tentando relançar as negociações com os palestinos e cada vez que chegamos a este ponto, Abu Mazen (Abbas) põe condições adicionais que sabe que Israel não pode responder. Portanto, no lugar de tentar fazer a paz com Israel, se movimenta para fazer a paz com o Hamas”, disse Netanyahu durante um encontro com o Ministro das Relações Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz.
Ontem, Abbas exigiu em Ramala um prolongamento para além de 29 de abril da negociação entre palestinos e israelenses mediada pelos Estados Unidos.
O dirigente palestino insistiu que Israel deve libertar o último rodízio de 26 detidos, presos antes dos Acordos de Oslo (1993), e que se aborde urgentemente a questão das fronteiras definitivas de um futuro Estado palestino durante três meses de diálogo, período no qual a construção de assentamentos deve cessar totalmente.
“Tem que decidir. Quer a paz com o Hamas ou quer a paz com Israel. Podes conseguir uma, mas não ambas. Espero que eleja a paz, o que até agora não fez”, criticou Netanyahu.
Representantes do Fatah, facção liderada por Abbas que governa a Cisjordânia, mantém conversas com o grupo islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Hoje, o movimento islamita Hamas e o nacionalista palestino Fatah chegaram a um acordo para formar um governo de união nacional no prazo de cinco semanas, informou um alto dirigente do primeiro grupo.
Segundo Halil ao Haya, representantes de ambos os grupos decidiram após uma reunião realizada durante a madrugada formar um Executivo de união nacional que deverá se constituído no prazo de cinco semanas e ser apresentado em 1º de junho.
Haya disse em que o governo de unidade terá uma duração de seis semanas e será encarregado de preparar a realização de eleições gerais, previstas para janeiro de 2015.
A fratura entre Fatah e Hamas se remonta a 2007, quando após meses de desencontros e atos violentos, os islamitas assumiram o controle da Faixa de Gaza após enfrentar as forças leais ao presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Desde então, os governos do Hamas, em Gaza, e o Executivo leal à ANP na Cisjordânia, fizeram diversos movimentos para pôr fim à divisão, mas todos fracassaram. EFE
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