Netanyahu diz que poderia aceitar desmantelamento de algumas colônias

  • Por Agencia EFE
  • 07/03/2014 21h44
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Jerusalém, 7 mar (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta sexta-feira que seu governo poderia vir a aceitar o desmantelamento de “alguns assentamentos” na Cisjordânia ocupada para garantir assim a continuidade do diálogo de paz com os palestinos.

Em declarações ao canal “2” da televisão nacional israelense, o líder direitista afirmou, no entanto, que sua prioridade ainda é a segurança nacional e que esse eventual abandono das colônias seria o menor possível.

“Está claro que alguns dos assentamentos, só alguns deles, não se incluiriam no acordo. Isso está claro e todo o mundo deve entender”, afirmou Netanyahu em sua primeira declaração à imprensa nacional após viagem aos Estados Unidos.

Segundo o jornal “Yedioth Ahronoth”, esta é a primeira vez que o chefe do governo israelense faz uma declaração nestes termos em hebraico, dirigida a uma audiência israelense.

Na terça-feira ele já tinha dado mostras de uma estratégia similar durante seu discurso em inglês perante Aipac, acrônimo da maior associação judaica americana e um dos maiores grupos de pressão do mundo.

O desmantelamento de todas as colônias construídas a partir de 1967 na Cisjordânia – ilegais de acordo com o direito internacional – é uma das principais exigências da Autoridade Nacional Palestina (ANP) para assinar um acordo de paz com Israel baseado na ideia dos dois Estados.

Ambas as partes retomaram os contatos a no ano passado com a ajuda do secretário de Estado americano, John Kerry, que pretende conseguir um acordo antes do final de abril.

Mesmo assim, e apesar do compromisso de Israel, o governo Netanyahu intensificou a ampliação de colônias durante os meses de negociação, que segundo os especialistas está de novo em parada.

Na terça-feira, o primeiro-ministro insistiu perante os representantes da Aipac que todas as reivindicações israelenses devem ser cumpridas, incluindo a exigência que os palestinos reconheçam a natureza judia do Estado de Israel.

A ANP – que exige a saída total dos colonos e a tropas israelenses da Cisjordânia- se nega categoricamente a esta condição, que considera uma desculpa de última hora por Israel.

Durante sua entrevista no canal “2”, que será divulgada de forma completa neste sábado, Netanyahu também ressaltou que Jerusalém não será dividida e que não deixará um só israelense “sem defesa israelense”, revelou a imprensa local.

Segundo o jornal “Haaretz”, Netanyahu fez declarações similares ao canal “10”, da televisão privada, nas quais negou, além disso, que a operação contra um navio carregado de armas supostamente com destino a Gaza e procedentes do Irã não estava preparada para impressionar os norte-americanos durante a visita aos EUA nesta semana.

“Autorizei a operação muito antes, não nos coordenamos com os iranianos”, afirmou Netanyahu segundo o jornal. EFE.

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