Netanyahu nega fim de operação e diz que reorganizará exército em Gaza
Primeiro-ministro de Israel afirmou que conflito vai continuar
Conflito em GazaO primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado (2) que o Exército israelense continuará sua operação em Gaza “até conseguir seus objetivos” e que reorganizará suas forças militares na faixa “de acordo com as necessidades de segurança” de seu país.
Em um discurso na sede do Ministério da Defesa, em Tel Aviv, Netanyahu esclareceu que seu governo não encerrará a operação militar Limite Protetor, iniciada no último dia 8 de julho, mas que esta se baseará “exclusivamente” nos princípios de segurança, o que acabou sendo interpretado como uma possível retirada de suas forças.
“Após completar a destruição dos túneis, o Exército se reorganizará para responder às necessidades de segurança de Israel”, afirmou o primeiro-ministro em um comparecimento junto ao seu ministro da Defesa, Moshe Yaalon, no qual insistiu que a ofensiva só terá fim no momento em que a população israelense tiver “calma”.
“Prometemos que devolveríamos a calma à população israelense, não importa quanto tempo será necessário e nem que meios devemos empregar”, ressaltou o primeiro-ministro israelense sem deixar claro se suas forças deixarão a faixa nos próximos dias ou se enviará uma delegação ao Cairo para negociar um cessar-fogo com o Hamas.
Os principais comentaristas locais não se mostraram unanimes neste sábado ao interpretar a mensagem de Netanyahu, mas todos concordaram em dizer que se trata de uma nova fase, de redução das atividades ofensivas e de análise da situação.
As forças blindadas e de infantaria do Exército israelense, que estiveram dentro da faixa nestas duas últimas semanas, começaram a se retirar nesta tarde até tomar posições junto à fronteira, mas ainda dentro do lado palestino.
No entanto, na região de Rafah, situada ao sul da faixa e junto à fronteira com o Egito, onde se concentram as buscas pelo soldado desaparecido na última sexta-feira (o qual Israel dá por capturado), a forte presença militar israelense ainda era notável.
“Não temos nada contra a população de Gaza que não está relacionada com o terrorismo”, disse Netanyahu ao ressaltar que o “Hamas investiu longos anos na construção de suas infraestruturas terroristas”.
Horas antes desse discurso, fontes do escritório do primeiro-ministro israelense revelaram à imprensa local que o país tinha adotado uma política unilateral e estaria se retirando de Gaza sem alcançar um cessar-fogo com o Hamas, a fim de não ter que fazer concessões nas negociações.
Neste caso, segundo as fontes citadas, o Exército passaria a responder sob a fórmula de “calma por calma”, enquanto o “Canal 10” informou que uma pequena parte das forças israelenses já havia cruzado a fronteira, mas que a retirada completa ainda levaria alguns dias para ser realizada.
Em seu comparecimento, Netanyahu também agradeceu o apoio dos Estados Unidos, com o qual teve vários confrontos diplomáticos nos últimos dias, e dos governos europeus, pedindo a ajuda de todos na reconstrução da faixa e na sua desmilitarização.
Na ocasião, Netanyahu também destacou a “relação especial que manteve com os países da região”, em alusão ao Egito, Jordânia e Arábia Saudita, e que, em sua opinião, “abrirá novas oportunidades ao termino da campanha”.
Ao contrário do Catar e Turquia, que apoiam o Hamas, vários países pró-ocidentais do Oriente Médio se abstiveram de condenar abertamente Israel por sua operação contra o movimento islamita, que, por sua vez, se queixou duramente da falta de solidariedade com um povo árabe como o palestino.
“Há povos no mundo que entendem perfeitamente o que é o Hamas”, afirmou o primeiro-ministro israelense, que ressaltou que o único objetivo do Hamas é fazer com que “a população de Gaza sofra”. EFE
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