Netanyahu pede que Abbas reconheça Israel como Estado judeu

  • Por Agencia EFE
  • 04/03/2014 16h23

Washington, 4 mar (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu nesta terça-feira que o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, reconheça Israel como estado judeu e previu que o movimento internacional de boicote a seu país “fracassará”.

“É hora de os palestinos pararem de negar a história. Os palestinos devem estar preparados para reconhecer um Estado judeu”, disse Netanyahu em discurso na conferência anual do principal lobby judeu em Washington, o Comitê Americano-Israelense de Atividades Políticas (Aipac).

“O presidente (da ANP) Abbas deve reconhecer o Estado judeu, e ao fazê-lo dirá a seu povo que o povo judeu tem direito a um Estado. Dirá aos palestinos que abandonem a fantasia de inundar Israel com refugiados”, acrescentou Netanyahu.

“Reconheça Israel. Sem desculpas, sem atrasos. Já é hora”, insistiu.

O primeiro-ministro israelense, que se reuniu na segunda-feira na Casa Branca com o presidente americano, Barack Obama, disse estar “preparado para chegar a uma paz histórica com os vizinhos palestinos, paz que colocará um fim a um século de derramamento de sangue”.

E previu que, caso as conversas de paz diretas que começaram em julho tenham sucesso, “pode ser que tenham que passar décadas para que a aceitação formal de Israel chegue a todas as camadas da sociedade palestina”.

Netanyahu argumentou que “Israel precisa de mecanismos de segurança de longo prazo no terreno para proteger a paz e proteger os israelenses”, porque, advertiu, “a paz estará sob ataques constantes do Hezbollah, do Hamas” e de outros grupos.

Ele também condenou o movimento de boicote aos produtos fabricados em assentamentos de Israel nos territórios palestinos, conhecido como Boicote, Desinvestimentos e Sanções (BDS).

“Esse movimento fracassará”, afirmou “os melhores dias econômicos de Israel estão ainda por vir”, acrescentou.

O primeiro-ministro afirmou que o movimento é “imoral” e “não procura a paz nem uma solução de dois Estados”. Na prática “danifica a paz, porque endurece a posição dos palestinos e torna ainda mais improvável a reconciliação”.

“E aquelas pessoas que se opõem a esse movimento, como Scarlett Johannson, devem ser aplaudidos”, opinou Netanyahu em referência à famosa atriz, que se viu envolvida em uma polêmica ao se reusar a abandonar uma campanha de publicitária da empresa israelense Sodastream, localizada em um assentamento na Cisjordânia.

Em sua reunião da segunda-feira, Obama convenceu Netanyahu para que ceda o suficiente para poder apresentar antes do final de abril um documento que determine as bases de um futuro acordo de paz definitivo entre israelenses e palestinos, no meio do pessimismo reinante e da inflamadas posições das duas partes. EFE

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