Netanyahu se pronuncia contra um governo de união nacional em Israel
Jerusalém, 17 mar (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que “de nenhuma maneira haverá um governo de união nacional” em Israel após o resultado das eleições realizadas nesta terça-feira.
Em entrevista coletiva que só pôde ser divulgada pela internet por mandato da Comissão Eleitoral, Netanyahu afirmou que “não haverá governo de unidade” com a União Sionista, a coalizão integrada pelo Partido Trabalhista e o centrista Hatnuah.
“Não há nenhuma ponte que nos una”, disse o chefe do Executivo israelense. Segundo as pesquisas, o Likud, partido de Netanyahu, conquistaria entre 20 e 21 cadeiras no parlamento, contra 24 da União Sionista.
Netahyahu afirmou que “se houver um governo de esquerda, este dependerá da Lista Conjunta”, a coalizão de três partidos árabes que concorrem juntos, pela primeira vez, às eleições e que pode ser determinante na formação de governo.
Para o atual premiê, esse Executivo de esquerda “teria que se submeter” às exigências da Lista Conjunta.
Netanyahu insistiu, por outro lado, que se ficar encarregado de formar o novo governo, este “será composto pelas forças nacionais”, em alusão ao seu partido, o Likud, e ao os outros partidos de direita e nacionalistas que, de acordo com pesquisas anteriores, conseguirão cadeiras no novo parlamento israelense.
Nessa entrevista coletiva, Netanyahu disse que “durante o dia todo, os políticos falaram com a imprensa. Os representantes da esquerda falaram em todas as redes de televisão e fizeram uma propaganda eleitoral grosseira”.
“O único proibido de falar com os meios de comunicação fui eu, o primeiro-ministro (e líder) do Likud, mas ninguém vai nos calar. Em um Estado democrático, o primeiro-ministro do Likud também tem direito de dizer o que quiser”, ressaltou, em uma nova queixa à Comissão Eleitoral.
“O que eles não queriam que eu lhes dissesse, eu digo através da internet, pois assim não podem nos impedir”, acrescentou Netanyahu em alusão à sentença da Comissão Eleitoral que proibiu a difusão da entrevista coletiva pela imprensa convencional por considerar que se tratava de propaganda eleitoral.
“Estamos em uma campanha crucial. Há ainda uma diferença substancial entre o Trabalhismo e o Likud. A única forma de reduzir essa diferença é ir às urnas e votar no Likud”, acrescentou.
Netanyahu também afirmou que “a diferença entre o Trabalhismo e o Likud está, em primeiro lugar, no financiamento estrangeiro injetado em grandes quantidades nas organizações de esquerda”.
“Seu objetivo é substituir o governo do Likud, dirigido por mim, para um governo de esquerda. O presidente da Lista Árabe Conjunta, Ayman Odeh, já disse que não é apenas preciso me tirar do poder, mas também me colocar na prisão por defender os cidadãos israelenses”, insistiu o chefe de governo.
“Essa é a mesma lista que diz que o Hamas não é uma organização terrorista”, destacou.
“Um governo de esquerda que dependa dessa Lista terá que se submeter continuamente a suas exigências. Por isso, há o tempo todo tentativas de ONGs de esquerda de levar às urnas cidadãos de esquerda e especialmente da minoria árabe”, opinou.
O primeiro-ministro concluiu seu discurso com um pedido a seus simpatizantes: “Saíam e votem em massa. Votem no Likud para reduzir as diferenças frente ao Trabalhismo. Se eu ficar encarregado de formar um novo governo, este será composto pelas forças nacionais. Deixem o que estão fazendo e venham votar”.
As zonas eleitorais abriram às 7h locais (2h de Brasília) e se fecham às 22h (17h de Brasília), quando serão divulgadas as primeiras pesquisas de boca de urna e começará a apuração. EFE
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