Neto de Hemingway sugere a Obama se aproximar de Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 18/11/2014 17h18

Washington, 18 nov (EFE).- O neto do escritor Ernest Hemingway, John, sugeriu nesta terça-feira que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tome medidas executivas para se aproximar de Cuba, com iniciativas como o aumento da cooperação em Ciências Marinhas.

“Chegou o momento da mudança”, disse o também escritor em entrevista coletiva em Washington, onde está para impulsionar uma iniciativa ambiental liderada pela Latin America Working Group, que tem a participação de cientistas americanos e cubanos.

“É importante que se restabeleçam as relações diplomáticas. Para mim tanto faz se for por um presidente republicano ou democrata”, disse Hemingway, que acredita que depois de mais de 50 anos de ruptura “estes dois países precisam se reconhecer de uma vez e fazer coisas de uma maneira normal”.

Hemingway fez um balanço da viagem que fez em setembro à ilha com seu irmão Patrick e um grupo de cientistas marítimos em memória do 60º aniversário do Prêmio Nobel ganhado por seu avô, durante o que assegurou que se deu conta do que significa o escritor tanto para os EUA como para Cuba: “É um ponte e vai além da política”.

Hemingway destacou o “potencial” de Cuba, um país “jovem, bem educado, que está sendo ignorado pelos EUA”. Ele garantiu que “eles querem uma mudança, mas é preciso dois para dançar tango”.

Quanto à sua vinculação com o projeto, lembrou que o autor de “O velho e o mar”, como fã da pesca, fez suas próprias pesquisas sobre peixes no estreito da Flórida e afirmou que seu avô “era um naturalista”.

O autor, que vive no Canadá, participou durante sua visita a Washington do encontro entre representantes do grupo com funcionários do Departamento de Estado e também terão reuniões no Congresso.

“Acreditamos firmemente que há mais assuntos de união entre Estados Unidos e Cuba do que as coisas que nos dividem” disse por sua vez, Jeffrey Boutwell, secretário do Latin America Working Group, que acompanhou Hemingway, ao avaliar que 50 anos de “políticas fracassadas foram totalmente contraproducentes”.

“Gostaríamos de usar estas questões específicas nas quais podemos trabalhar, como a conservação do oceano para promover as relações entre EUA e Cuba em uma era totalmente nova”, afirmou no encontro realizado no National Press Building, que também contou com a participação de Dan Whittle, do Environmental Defense Fund e Jorge Angulo, do Centro de Pesquisa Marina da Universidade de Havana.

O grupo considera que Obama, fazendo uso de seu poder executivo, pode tomar medidas, sem a necessidade de serem aprovadas pelo Congresso, como emitir licenças de viagem gerais para aquelas categorias que podem visitar a ilha com permissões específicos.

Os cientistas também defendem que Washington tire Cuba da lista de nações promotoras do terrorismo e alivie algumas das restrições do embargo.

Os governos já colaboram em missões de busca e resgate contra o tráfico de drogas, e acreditam que podem ampliar para outras áreas como a pesquisa científica com agências, como a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). EFE

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