New York Times critica “pouca memória” de países do Leste perante refugiados

  • Por Agencia EFE
  • 16/09/2015 18h01

Nova York, 16 set (EFE).- O jornal “The New York Times” publicou nesta quarta-feira um editorial no qual aborda a crise dos refugiados na União Europeia (UE) e critica países da antiga órbita soviética como a Hungria e Polônia por sua “pouca memória”.

“Um dos aspectos mais agonizantes de suas décadas sob a ditadura comunista é que não podiam viajar livremente e a generosa boas-vindas que receberam ao se unir às democracias ocidentais foi um grande triunfo para a Europa”, afirmou o jornal nova-iorquino.

Em seu editorial, intitulado “A pouca memória da Europa do Leste”, o “The New York Times” garantiu que seria uma “tragédia” se esses mesmos países agora contribuam ao “desmoronamento” da unidade europeia em um momento em que a mesma é necessária “desesperadamente”.

Além disso, o jornal lamentou que os ministros de Interior da UE não foram capazes na segunda-feira a chegar a um acordo para pactuar uma realocação “limitada” dos refugiados em outros países a partir de um sistema de cotas.

“Esta trágica reação foi ainda mais vergonhosa porque os que mais se opõem a essas cotas, são os países centro-europeus que se uniram recentemente ao bloco e que se beneficiaram do amparo de seus vizinhos ocidentais”, acrescentou o editorial.

Para o jornal, as tentativas de alguns países de “evistar” suas responsabilidades nesta crise dos refugiados são “moralmente repugnantes” e embora entende que podem estar preocupados com um “repentino” fluxo de estrangeiros, se pergunta “como podem fazê-lo”.

O jornal admitiu que a maioria de países que foram libertados do “jogo soviético” há 25 anos seguem sendo mais pobres que seus vizinhos e até agora não tinham recebido em seu território grandes ondas de imigrantes.

Mas a pergunta que devem ser feita aos líderes europeus, conclui o “The New York Times”, não é se devem receber os imigrantes, mas como enfrentar uma onda “em massa” que representa uma carga “excessiva” para os países onde começaram a chegar os refugiados. EFE

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