Nicarágua afirma que Dilma intercedeu em assinatura de projeto hidrelétrico
Manágua, 25 mar (EFE).- A presidente Dilma Rousseff teria intercedido de forma direta para que a assinatura do projeto de construção da usina hidrelétrica Tumarín, na Nicarágua, avaliado em US$ 1,1 bilhão, fosse concretizada de forma definitiva na última sexta-feira em Manágua, informou nesta sexta-feira uma fonte oficial nicaraguense.
“Estes senhores que vieram (do Brasil) não teriam estado lá se não tivessem tido o sinal verde da presidente Dilma, e nós também não teríamos estado lá sem o empurrão do presidente (da Nicarágua, Daniel) Ortega”, disse o ministro de Ministério de Energia e Minas do país centro-americano, Emilio Rappaccioli, à rede de televisão local “Canal 4”.
A assinatura entre funcionários do governo nicaraguense e representantes das Centrais Hidrelétricas da Nicarágua (CHN), criada pela Eletrobras e o conglomerado Queiroz Galvão, aconteceu de forma surpreendente no dia 21 de março, depois de três anos de negociações com altos e baixos.
Horas antes, o assessor econômico de Ortega, Bayardo Arde, tinha anunciado que se Tumarín não fosse construída com a CHN, o seria com “outros investidores”.
Pelo Brasil, assinaram o diretor de geração da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal de Souza; o presidente da Queiroz Galvão, José Diniz da Silva Filho, e o presidente da CHN, Marcelo Conde.
Como parte do acordo, a CHN cedeu 10% a favor da Empresa Nicaraguense de Eletricidade (Enel), lembrou Rappaccioli.
Pela Nicarágua, o acordo foi ratificado por Rappaccioli e pelo ministro da Fazenda e Crédito Público, Ivan Acosta.
Segundo Rappaccioli, pela Nicarágua assinou Francisco López, vice-presidente da empresa mista Alba de Nicaragua S.A. (Albanisa) – integrada por PDV Caribe, filial da Petróleos de Venezuela (PDVSA), e a estatal Petróleos da Nicarágua (Petronic) – e tesoureiro do partido governante Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).
O projeto hidrelétrico Tumarín, que será construído no município de La Cruz de Rio Grande, na Região Autônoma do Atlântico Sul (RAAS), está planejado para produzir 253 megawatts, que representa 30% da produção energética nacional, segundo o ministro de Minas e Energia.
Com este projeto, a Nicarágua espera que sua produção de energias limpas seja de 79% para 2019 e economizar uma média de US$ 100 milhões anuais na fatura energética, de acordo com os cálculos do ministério.
Tumarín seria financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), o conglomerado Queiroz Galvão e, possivelmente, também pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial, segundo a informação oficial. EFE
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