Nigéria condena à morte 54 soldados que negaram lutar contra Boko Haram

  • Por Agencia EFE
  • 18/12/2014 08h48
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Lagos, 18 dez (EFE).- Um tribunal militar da Nigéria condenou à morte 54 soldados que se negaram a participar de uma operação contra o grupo terrorista Boko Haram durante o mês de agosto, segundo confirmaram à Agência Efe fontes do Ministério da Defesa nigeriano.

A corte declarou os militares culpados por conspiração criminosa para se amotinar e os condenou à morte por fuzilamento, enquanto outros quatro militares foram exonerados, informaram os meios de comunicação locais.

Aparentemente, os soldados, todos membros da Sétima Divisão do Exército nigeriano, destacada na cidade nordeste de Maiduguri, teriam se negado a fazer parte de uma missão conjunta com um batalhão das forças especiais para recuperar várias aldeias que nesse momento estavam nas mãos do Boko Haram.

Os 54 militares se declararam “não culpados” das acusações e inclusive uma das testemunhas apresentadas pela procuradoria reconheceu que a maior parte deles se uniram à operação com posterioridade, relata o jornal “Premium Times”.

Trata-se da segunda sentença com estas características emitida pelo tribunal militar de Abuja, que no mês de setembro condenou à morte outros 12 militares da mesma Divisão por se amotinar e disparar contra o oficial do comando de sua unidade.

Nos últimos meses, a ofensiva do Exército nigeriano contra Boko Haram desacelerou pelas constantes queixas dos soldados, que denunciam a falta de armas e equipamento apropriado para lutar contra um inimigo que muitas vezes dispõe de mais e melhores recursos.

A proximidade das eleições presidenciais, previstas para meados de fevereiro de 2015, transformou a luta contra Boko Haram em um assunto prioritário, já que existe um grande temor de que o Exército não seja capaz de garantir a segurança durante as votações.

O grupo islamita, que mantém sequestradas mais de 200 meninas desde abril, assassinou 12 mil pessoas nos últimos cinco anos, três mil delas só em 2014, segundo as autoridades nigerianas. EFE

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