Níveis de gases-estufa alcançaram nova máxima em 2013, diz OMM
Genebra, 9 set (EFE).- A quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera, um dos principais responsáveis pela mudança climática, alcançou uma nova máxima em 2013, revelou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O dióxido de carbono (CO2) é – entre os três gases mais importantes – o que mais teve sua concentração aumentada, a um ritmo que não se observava há quase 30 anos.
Dados preliminares apontam que este aumento possivelmente se deve à redução da quantidade de CO2 absorvida pela biosfera da Terra, somado ao constante aumento de suas emissões.
Estas são algumas das principais conclusões do boletim anual da OMM sobre gases do efeito estufa, que também indicou que o atual ritmo de acidificação dos oceanos é o maior dos últimos 300 anos.
“Devemos contornar esta tendência reduzindo as emissões de dióxido de carbono e de outros gases do efeito estufa como medida generalizada”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, ao apresentar os resultados relatório.
O responsável da agência científica da ONU assegurou que “uma ação internacional frente à aceleração da mudança climática é mais necessária do que nunca”.
De acordo com o boletim, o fenômeno chamado de forçamento radioativo – responsável pelo efeito de aquecimento do clima – registrou um aumento de 34% por causa dos gases do efeito estufa de longa duração, caso do metano (CH4) e do óxido nitroso (N2Ou), além do CO2.
A concentração deste último na atmosfera alcançou a marca de 142% em relação ao nível da era pré-industrial (antes de 1750), enquanto o de metano foi de 253% e o de óxido nitroso 121%.
De acordo com o relatório, uma quarta parte das emissões totais de CO2 são absorvidas pelos oceanos e outro tanto pela biosfera, o que atenua o aumento de CO2 na atmosfera, embora os oceanos continuem pagando as consequências disto.
“Se o aquecimento da Terra não é considerado uma razão suficiente para reduzir as emissões de CO2, a acidificação dos oceanos deveria ser”, assinalou Jarraud.
Os cientistas acreditam que a acidificação dos oceanos tem consequências complexas nos organismos marítimos, especialmente entre os corais, algas, moluscos e diferentes espécies de plâncton.
Esses organismos veem afetada sua capacidade para construir conchas, carapaças ou material para seus esqueletos (mediante a calcificação), já que sua capacidade de calcificação diminui conforme a acidificação aumenta. EFE
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