No Egito, Al-Azhar classifica homossexualidade de “crime contra a humanidade”

  • Por Agencia EFE
  • 09/07/2015 14h27

Cairo, 9 jul (EFE).- A prestigiada instituição sunita egípcia de Al-Azhar afirmou nesta quinta-feira que “o homossexualismo é um crime contra a humanidade”, em comunicado que respondeu às campanhas internacionais que pedem a legalização do casamento gay.

“Al-Azhar ressalta que o homossexualismo é uma degeneração da humanidade rumo à parte mais profunda do pecado, e sem dúvida é um crime contra a humanidade e uma violação flagrante dos direitos humanos”, afirmou a instituição.

Além disso, acrescentou que as campanhas “imorais” a favor do casamento gay são orquestradas por “partes suspeitas que realizam um plano diabólico para demolir o sistema moral e de valores humanos comuns entre todas as religiões”.

Na mesma nota, Al-Azhar rejeitou “todas as tentativas maliciosas” que pretendem invadir os países muçulmanos com o que chamou de “desvio sexual” sob o lema da legalização do casamento gay.

Além disso, insistiu na crítica de que “esta anomalia se chame casamento, porque o casamento no islã está limitado à (união) entre homens e mulheres, de acordo com as diretrizes da sharia (lei islâmica)”.

Em 30 de abril, a Confederação Espanhola de Lésbicas, gays, Bissexuais e Transexuais (Colegas) pediu ao governo de Mariano Rajoy, através de uma carta por causa da visita à Espanha do presidente egípcio Abdul Fatah Al Sisi, que exija que o país ponha “fim à perseguição de homossexuais”.

A lei egípcia não criminaliza explicitamente a homossexualidade, mas classifica como “libertinagem”, por isso gays processados sempre enfrentam acusações de práticas imorais.

Em novembro um tribunal condenou oito pessoas a três anos de prisão por terem aparecido em um vídeo que parecia ser um casamento gay em um barco no rio Nilo, embora a pena tenha sido reduzida depois para um ano.

Um dos casos mais controvertidos foi a detenção em 2001 de 52 pessoas no “Queen” no Cairo, frequentado homossexuais. No julgamento, 21 dos processados foram condenados a três anos de prisão e trabalhos forçados. EFE

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