No Haiti, 1 terço da população sofre insegurança alimentar, diz PMA

  • Por Agencia EFE
  • 30/01/2014 15h16

Porto Príncipe, 30 jan (EFE).- Um terço da população haitiana sofre insegurança alimentar e uma em cada cinco crianças sofre de desnutrição crônica, informou nesta quinta-feira o Programa Mundial de Alimentos (PMA), ao fim de uma visita de três dias de seu diretor para a América Latina e o Caribe, o peruano Miguel Barreto.

Do total de afetados pela persistente insegurança alimentar nesse país, 600 mil precisam assistência alimentícia externa para sobreviver, segundo um comunicado do organismo de ajuda humanitária.

A informação acrescentou, além disso, que uma em cada cinco crianças sofre de desnutrição crônica, um 6,5% de desnutrição aguda e mais da metade das mulheres e crianças sofrem de anemia.

Barreto, quem assumiu o cargo neste mês, disse que a compra de alimentos produzidos pelos pequenos agricultores locais para impulsionar a economia e, ao mesmo tempo, satisfazer as necessidades alimentícias dos mais pobres é um pilar da estratégia do PMA nesta nação, a mais pobre da América.

“Apoiar os mercados locais ao longo do país foi pilar da estratégia do PMA no Haiti e continuaremos utilizando esse enfoque com a ajuda de nossos parceiros para que possamos desenvolver uma maior resiliência nas comunidades haitianas”, assinalou.

Durante sua visita à nação, Barreto se reuniu com representantes do Governo e funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU), da mesma forma que com doadores.

De acordo com a informação, o PMA, o Ministério da Agricultura local e outros parceiros trabalham em uma estratégia onde o programa de merendas se unirá à produção agrícola local, criando assim um mercado sustentável para os pequenos agricultores.

Isso ajudará, disse, a economia haitiana e reduzirá a insegurança alimentícia e a desnutrição.

O PMA planeja comprar 3 mil toneladas métricas de arroz a pequenos agricultores haitianos para a provisão do Programa Nacional de Comidas Escolares para o ano letivo 2013-14.

Atualmente, esse organismo fornece comidas quentes a 685 mil estudantes no país, em colaboração com o governo e 16 ONGs.

Esse programa é a rede de proteção alimentícia maior do Haiti, segundo o comunicado do PMA.

A organização também apoia o projeto “Lèt Agogo nan lekol a” (Leite ilimitado na escola, em crioulo) com o qual o leite local é distribuído a 32.200 estudantes duas vezes por semana.

O leite, que é esterilizado e pasteurizado, é distribuído em 84 escolas graças a uma rede de 20 leiterias de pequenos agricultores.

O PMA assegurou que continuará brindando assistência alimentícia a mais de 208 mil pessoas, incluindo crianças de 6 a 59 meses, mulheres grávidas e lactantes, e também a cerca de 12.450 pessoas que vivem com HIV e tuberculose e suas famílias.

O novo diretor regional do PMA para a América Latina e o Caribe elogiou, além disso, o governo em seus esforços para combater a fome e a desnutrição no Haiti, um país que estruturalmente está exposto a recorrentes crises alimentícias.

“O papel principal do PMA é apoiar o governo na busca de soluções a longo prazo para assistir os haitianos que sofrem de fome e de desnutrição”, concluiu Barreto. EFE

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