No Japão, Kerry visita memorial que lembra vítimas da bomba atômica de Hiroshima
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, tornou-se nesta segunda-feira o primeiro secretário de Estado no cargo a visitar o memorial da paz e museu de Hiroshima, que lembra as vítimas da bomba atômica lançada em 1945 pelos norte-americanos. Kerry qualificou o local como um lembrete “total, duro, obrigatório” da necessidade de conter as armas nucleares e para se evitar uma guerra.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, que nasceu em Hiroshima, levou Kerry e ministros das Relações Exteriores do G-7 para um tour de 45 minutos. O local mostra as consequências terríveis do ataque dos EUA à cidade durante a Segunda Guerra. Os ministros estão presentes na cidade para um encontro do G-7.
Kerry firmou o livro de visitas e disse que pensou que todos no mundo “deveriam ver e sentir o poder desse memorial”. “A guerra precisa ser um último recurso – nunca a primeira opção”, afirmou Kerry no livro de visitas. “Este memorial nos impulsiona a todos a redobrar nossos esforços para mudar o mundo, para encontrar a paz e construir o futuro desejado por todos os cidadãos em toda parte.”
Durante uma visita à exposição um dia antes, alguns visitantes estrangeiros foram vistos enxugando lágrimas, diante das descrições e das fotografias sobre os efeitos pessoais que atingiram dezenas de milhares que morreram no ataque norte-americano em Hiroshima e também no restante da população. A mostra traz documentos sobre uma série de consequências médicas para as pessoas expostas à radiação meses e anos depois, com câncer em amostras de pele, língua e outras partes do corpo
O ataque, realizado em 6 de agosto de 1945, marcou a primeira vez que a bomba atômica foi usada na história. A segunda e última até agora ocorreu três dias depois, em Nagasaki. Dias depois, o Japão se rendeu e autoridades militares dos EUA disseram que a intenção com as bombas era forçar rapidamente o país asiático a se entregar, o que evitou uma invasão por terra que segundo as lideranças custaria ainda mais vidas.
Após visitar o museu na manhã desta segunda-feira, Kerry e seus colegas foram para uma cerimônia de homenagem às vítimas. O parque memorial estava cercado por cerca de 800 alunos de ensino fundamental do Japão, que saudaram com bandeiras dos países representados na visita.
Em declarações planejadas para esta segunda-feira, Kerry não deve pedir desculpa pelo fato de os EUA terem usado a bomba atômica, mas lamentará a perda de vidas, disse um funcionário que o acompanha. A fonte afirmou que Tóquio não demandou um pedido de desculpas e que os dois lados concordam que a visita ao local deve ter como foco “olhar para frente”. Alguns japoneses acreditam que um pedido de desculpas dos EUA é necessário, porém muitos nos EUA argumentam que qualquer gesto nessa direção seria uma crítica inapropriada ao esforço de guerra norte-americano.
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