No Rio, Forças Armadas atuarão no combate ao Aedes a partir de segunda (15)

  • Por Agência Estado
  • 12/02/2016 19h19
Mosquitos e larvas do aedes aegypti em El Salvador EFE/Oscar Rivera Imagens de zika

Um contingente de 71 mil militares das Forças Armadas atuará no Estado do Rio no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chinkungunya, a partir da próxima segunda feira, 15. Para evitar confrontos com criminosos, os militares não entrarão nas favelas mais perigosas. Nestas, irão somente funcionários da Secretaria de Saúde do Estado do Rio.

Coordenador da ação anti-mosquito no Rio, o almirante Sérgio Roberto Fernandes evitou estender-se sobre a ausência dos militares nas favelas. Segundo ele, as áreas controladas por comandos criminosos e quadrilhas de traficantes de drogas não estão entre as regiões com índice alto de proliferação.

“Vamos vistoriar os locais que estão com o maior número de casos. Vamos atuar desarmados. A única arma que iremos carregar serão os panfletos com orientações sobre o mosquito”, disse o comandante.

O subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Alexandre Chieppe, presente à entrevista, apresentou um quadro diferente do descrito pelo almirante. Chieppe admitiu que as favelas são “pontos estratégicos” de combate à dengue, pela alta densidade demográfica e que agentes da Secretaria de Saúde já estão vistoriando essas áreas.

O objetivo é vistoriar 100% dos domicílios fluminenses em 30 dias, na tentativa de diminuir a proliferação do mosquito. O Estado contará com 20 mil agentes na operação contra o inseto. O trabalho envolverá 30 mil profissionais do Exército, 10 mil da Aeronáutica e 31 mil da Marinha. Os efetivos inspecionarão possíveis focos de proliferação, orientarão moradores e, se for o caso, aplicarão larvicida (produto químico que mata as larvas de mosquito), de 9h às 17h.

De acordo com o subsecretário, o que mais preocupa a secretaria são os imóveis fechados abandonados e a quantidade de casos de zika. “Já temos municípios do interior com epidemia. O problema é que praticamente toda a população não tem imunidade à zika, ao contrário da dengue. É uma grande emergência na saúde pública”, disse.

As Forças Armadas ficarão responsáveis pelos domicílios em 32 dos 92 municípios do Rio e 49 bairros da região metropolitana. Entre as cidades, Angra dos Reis, Campos, Queimados, São João da Barra, Valença, Arraial do Cabo, São João de Meriti, Resende, Itaguaí, Niterói, São Pedro da Aldeia e a capital.

O morador não será obrigado a deixar a equipe entrar em seu imóvel, mas, se houver recusa, a Secretaria de Saúde poderá acionar a Polícia Militar (PM) se entender que o mosquito prolifera no local.

“Acreditamos que, com a credibilidade das Forças Armadas na população, não teremos dificuldade para entramos nas casas”, disse Fernandes.

As casas fechadas não serão vistoriadas. Espaços públicos, como shoppings, praças, lojas e ruas também serão alvo da ação preventiva. O cronograma inclui a vistoria em 646 unidades da rede pública, além de colégios particulares. Questionado, Fernandes não quis informar o valor da operação das Forças Armadas.

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